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9 horas de acção marcaram o 1º dia do Meo Rip Curl Pro Portugal 2025
Yolanda Hopkins Sequeira e Frederico Morais na ronda de repescagens. Italo Ferreira faz melhor onda e melhor score do dia
O MEO RIP CURL PRO PORTUGAL presented by Corona Cero, 3.ª etapa do World Tour, arrancou este sábado na praia de Supertubos, com 9 horas de competição ininterruptas e a realização dos primeiros rounds da prova masculina e feminina. Na água, já tivemos os dois portugueses em prova: Frederico Morais e Yolanda Hopkins.
Com ondas abaixo dos dois metros, cujo tamanho foi caindo ao longo do dia, mas com boas condições para a competição, Kikas foi o primeiro português a entrar na água, na sexta bateria da ronda inaugural. O surfista do Guincho terminou no terceiro lugar, seguindo para a ronda de repescagens. Frederico Morais esteve em bom plano, tendo a difícil tarefa de defrontar o líder do ranking Ítalo Ferreira e o “rookie” havaiano de 21 anos Jackson Bunch.
Kikas começou bem - e chegou a estar no 2.º lugar da bateria até seis minutos do fim -, mas as ondas que fez não foram suficientes para garantir a passagem direta para o 3.º round. Somou 8,94 pontos numa bateria que marcou o regresso o surfista português de 33 anos à elite mundial, e também o regresso à competição, depois de uma paragem devido a uma fratura do tornozelo direito.
“Foi um bom heat, consegui fazer ali uma boa nota. Senti-me bem e consegui fazer uma boa nota (5,17 pontos). Perdi uma onda no limite, que podia ter feito a diferença, mas foi bom regressar à competição e surfar num heat difícil. Tanto o Jackson como o Ítalo fizeram boas notas. Se calhar noutros heats desta ronda, com o score que fiz, teria passado, mas está tudo em aberto, o pé dói-me um bocado, mas na água até me tento esquecer”, disse Kikas que só voltou a surfar há uma semana e meia. O surfista, que quer voltar à elite do surf mundial, foi operado a 12 dezembro, e graças a uma “recuperação rápida”, conseguiu regressar. Ainda assim, confessou que “ainda com alguns medos na cabeça”. “Há certos movimentos em que não sinto tão confortável”, concluiu o surfista que na próxima bateria entra na água com o norte-americano Jake Marshall e o brasileiro Deivid Silva.
Já a bicampeã europeia da WSL, Yolanda Hopkins Sequeira, entrou na água já durante a tarde e terminou a bateria na 3.ª posição, com um score total de 7,64 pontos (em 20 possíveis) seguindo assim também para a ronda de repescagens. A surfista algarvia que participa pela 2.ª vez na etapa de Peniche (estreou-se com um 5.º lugar em 2023), teve pela frente a atual campeã mundial e líder do ranking Caitlin Simmers, e a vencedora da etapa de Supertubos do ano passado Johanne Defay, que está grávida e faz em Peniche a última etapa antes de se focar totalmente na maternidade.
Com um surf poderoso nas manobras e bastante aguerrida, a wildcard Yolanda Hopkins Sequeira – que no ano passado ficou bem perto de se qualificar para o World Tour – lutou até ao último seguindo para subir ao 2.º lugar da bateria e seguir diretamente para o 3.º round, mas a última onda foi curta, e só com uma manobra não suficiente para alcançar a posição.
“Estavam condições bastante difíceis, muito vento. No início, não sei o que se passou. Fiquei presa no ‘inside’ e não consegui chegar lá fora. Perdi uns cinco/sete minutos e acho que isso me puxou um bocadinho para trás. Tive de recuperar o ritmo”, começou por dizer a surfista algarvia. “Depois, consegui fazer umas manobras. Estava à procura de uma esquerda, mas deixou de entrar. Começaram a chegar direitas e tive de me adaptar. Mas não consegui apanhar nenhuma onda que desse para mostrar o meu surf”, concluiu a bicampeã europeia da WSL que ainda assim, entrará na água, assim que a competição feminina retomar, numa bateria com a surfista costa-riquenha Brissa Hennessy e a norte-americana Bella Kenworthy.
O grande destaque do dia foi Ítalo Ferreira, com a melhor onda (8,83 pontos) e o melhor score (16,43 pontos), alcançados precisamente na 6.ª bateria do round 1, em que também esteve o português Frederico Morais. Com um verdadeiro show de aéreos, o brasileiro que venceu em Peniche em 2018 e 2019 confessou que “está só a aproveitar o momento atual”, em que volta a vestir a camisola amarela – de líder do ranking – que não usava desde 2021. “Estou muito feliz de vestir a camisola e começar o jogo. Vi o Jackson [Bunch] a fazer um aéreo pontuado com um 7 e pensei, eu vou fazer isto. E aproveitei. É ótimo voltar a estar no topo, depois de muito trabalho e dedicação, as coisas estão finalmente a acontecer. Vestir esta camisola impulsiona-me”, disse Ítalo Ferreira.
No feminino, foi a surfista havaiana Gabriela Bryan quem fez a melhor onda do dia (6,83 pontos em 10 possíveis), numa das últimas baterias do dia. “Vi uma direita, não sabia se conseguiria, mas acho que tive sorte [risos]. Está mesmo complicado, mais do que realmente parece daqui. Portugal é tão imprevisível, é importante sabermos adaptar-nos”, disse a surfista de 22 anos que está há 4 épocas entre a elite do surf mundial. Também Erin Brooks esteve em destaque. Com apenas 17 anos, fez a segunda melhor onda do dia no feminino (6,50 pontos), numa bateria em que estava a chover e muito vento. “Foi muito complicado, e as ondas foram desafiantes... começou a chover e com a maré cheia... não foi fácil. Mas estou muito feliz por ter feito aquela onda”, disse a surfista que nasceu no Texas, cresceu no Havai, mas representa o Canadá e que compete pela 1.ª vez em Supertubos, e que por isso confessou que tem surfado bastante em Peniche para se adaptar.
A chamada para o MEO RIP CURL PRO PORTUGAL presented by Corona Cero está agendada para este domingo, dia 16 de março, às 7:05 para avaliação das condições.
- Créditos fotos: Pedro Mestre