Concessões e escolas de Surf na margem sul estão a reduzir espaço para free surf
Praias da Costa de Caparica voltam a fazer notícia…
No seguimento do episódio de quinta-feira passada, em que a Polícia Marítima identificou/multou vários surfistas por se encontrarem a surfar numa zona concessionada e reservada a banhistas, em São João da Caparica, eis que hoje as praias da margem sul voltam a fazer notícia. Uma vez mais, não pelos melhores motivos.
Aparentemente, as queixas focam-se agora na falta de espaço para a prática da modalidade. Tiago Lamelas, que é surfista e um frequentador habitual das praias da Costa de Caparica, explicou à Lusa: “Nas praias concessionadas não podemos utilizar as zonas para banhistas, como é normal, mas agora também estamos impedidos de praticar nos corredores para surfistas, que estão reservados para uso exclusivo das escolas de surf”.
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"Até agora, as escolas de surf não nos têm impedido de utilizar os espaços que lhes estão atribuídos para uso exclusivo, e que eles pagam, mas a qualquer momento podem impedir-nos de utilizar aqueles corredores. Penso que também deveriam definir zonas de utilização para os surfistas eventuais”, esclareceu.
Na verdade, embora o capitão do porto de Lisboa defenda que há espaço para todos e que apenas se têm verificado pequenos incidentes pontuais, na prática o que se passa é diferente, daí os atropelos, incidentes e infrações que são mais recorrentes durante a época balnear.
Uma clarificação do espaço que os surfistas podem e não podem usar, nas praias da margem sul (que somam cerca de 18 km entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha), parece ser uma medida premente e que agradaria à comunidade. O problema está identificado e reside nas praias concessionadas cujos corredores estão reservados para uso exclusivo das escolas de surf.
O que sobra para os free surfers? A equação parece simples:
- Os corredores (das praias) estão definidos
- As escolas, por sua vez, funcionam nos corredores
- Para os free surfers sobram as áreas que não estão atribuídas aos banhistas
Este tipo de episódio que vimos a semana passada acontecer só tem tendência a aumentar. E se já não acontece mais vezes é por uma razão muito simples: os nadadores-salvadores são surfistas ou estão ligados ao surf e compreendem a situação e, em último caso, optam por não chamar a Polícia Marítima. Chama-se bom senso.
Uma novidade, porém, que se pode considerar francamente positiva e que irá seguramente ajudar a apaziguar os ânimos pela margem sul, é o facto do outono estar à porta. Por norma, diz-nos a experiência, a romaria às praias abranda consideravelmente e a questão da falta de espaço, por mais estranho que pareça, cai no esquecimento.