Escolas de surf Portuguesas preocupadas com proposta da FPS às Capitanias e Câmaras Municipais sábado, 14 janeiro 2023 22:48

Escolas de surf Portuguesas preocupadas com proposta da FPS às Capitanias e Câmaras Municipais

Proposta para uma nova gestão dos operadores do ensino do surf subscrita por Antonio Pedro Sá Leal tem vindo a circular pelos Municípios sem conhecimento das Escolas de Surf...

 

No comunicado a que a Surftotal teve acesso, assinado por António Pedro Sá Leal, propõe uma nova gestão para as Escolas de Surf em Portuga e agentes do ensino do surf em Portugall, considerando que o sector cresceu de uma forma desorganizada.

Há muito que se tem vindo a falar de uma fiscalização e regulação eficaz do sector do ensino do surf em Portugal. A Federação Portuguesa de Surf é a entidade máxima do surf nacional e está a tentar que isso se faça de uma forma eficaz.

O que motivou o alarme das Escolas de Surf,após este comunicado,  foi o de estas não terem sido consultadas antes do documento começar a circular pelos Municipios e Capitanias.

 
Escolas de Surf Indignadas?

Segundo algumas escolas de surf em Portugal que tiveram acesso a este documento já tornado público (ver abaixo em anexo), sentem-se indignadas não apenas pelo documento em si, mas sim porque a FPS não as consultou antes de o fazer circular por alguns Municípios e Capitanias Portugueses.

 

Recordemos que o ensino do surf em Portugal tem próximo de 1000 operadores, ou seja empresas, cuja sua actividade é exclusivamente dedicada ao ensino do surf recreativo ou de competição. São milhares de pessoas que dependem economicamente desta actividade e por esse motivo é um assunto que convém ser tratado com tacto e sensibilidade, por forma a que os interesses do ensino do surf, destes agentes e também da entidade reguladora, FPS( à qual é paga actualmente por cada operador do ensino do surf uma quota anual que ronda os 300€) , seja defendido.

 

Mas vamos analisar o documento em causa.... Segundo este que passamos a citar:

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  • O crescimento do sector não foi acompanhado de uma forma estruturada do ponto de vista da legislação e levou à utilização desregulada do espaço da praia onde decorrem as atividades de surfing.

  • Aliado a este fator deu-se igualmente durante a época balnear o conflito com outros utilizadores da praia ( banhistas, concessionários entre outros).

  • Acresce a estes fatores a falta de fiscalização que deu espaço ao surgimento de inúmeros operadores ilegais ( sem licenças, seguros e não cumprindo com as suas obrigações fiscais)..."

 

Na verdade alguns dos pontos citados no documento tem vindo a acontecer e o sector necessita de uma regulação e fiscalização eficaz por forma a que o ensino do surf, as suas regras e cultura passem para quem aprende a modalidade e claro a coexistência nas praias Portuguesas com outras actividades:

 

Documento Propõe um aumento do valor da quota pago pelas escolas à FPS e atribui percentagens às Capitanias, Câmaras Municipais e Turismo de Portugal:

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  • A Federação Portuguesa de Surf é a entidade que fica responsável pela centralização e licenciamento de todas as tipologias das escolas de surf.

  • O valor a cobrar anualmente deveria situar-se entre os 1.000 e os 1.500 euros por operador, valor esse que poderia ter a seguinte divisão:

    • 75% - FPS – gestão do processo

    • 10% - Câmara Municipal da região sede do

      operador

    • 10% - Capitanias

    • 5% - Turismo de Portugal – para os operadores que trabalhassem nesta área

  • Os critérios de licenciamento devem ser definidos ( proposta em curso) e as escolas classificadas pela FPS anualmente."

 
Ainda neste Documento existe uma proposta para uma nova gestão de espaços nas Praias que passamos a citar:

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Esta proposta apresenta uma solução para resolver a gestão do espaço, abrindo igualmente a possibilidade da qualificação do Surfing em Portugal.

Para além disto valoriza Portugal como destino de surfing de qualidade dando aos diferentes operadores a oportunidade de trabalharem de uma forma estruturada profissional e profissionalizante.

Pressupõe:

  1. Apenas uma entidade responsável pela recolha de informação relativa às as escolas de surfing

  2. Definição de Corredores em todas nas praias

  3. Criação de sistema de reservas dos corredores....."

 

 

"Corredores • A definição dos corredores será uma tarefa comum de cada Câmara Municipal com os operadores locais e as respetivas capitanias, tendo em conta as diferentes características e as diferentes épocas do ano.

• Os corredores podem ter capacidade de carga diferentes de acordo com a sua dimensão e tendo em conta o rácio apresentado – iniciados=2 mts lineares – formação=1 mts linear – por exemplo: 20/2= 10 alunos ou 20/1=20 alunos.

• Tendo em conta a dinâmica provocada pela deriva litoral das areias os corredores teriam de ser ajustados com base nos inputs dos operadores.

• A utilização dos corredores por seu lado estaria limitada a um operador licenciado à vez.

• Os corredores destinam-se a dois níveis de surf – iniciação e formação Modo de Funcionamento.

• A reserva de utilização de um corredor especifico seria possível a qualquer operador desde que estivesse licenciado.

• A reserva far-se-ia num sistema de first in – first served numa APP onde o custo seria de 1 euro por aluno ou 1 euro por metro do corredor estaria limitado ao espaço disponível – dentro da sua região e 2 euros fora da mesma.

• Tal como outras APP as escolas teriam de fazer um registo prévio com a introdução de autorização de pagamento.

• O registo na app só seria possível se a escola estivesse previamente licenciada pela entidade única.

• No futuro pode-se fazer uma discriminação positiva de acordo com a classificação das escolas – escolas com melhor qualificação teriam prioridade sobre outras com menor qualificação- Ver processo de qualificação e certificação FPS."

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A Surftotal sabe que a FPS já convocou todas as escolas de surf e operadores para uma conferência online, dia 24 de Janeiro, onde irá explicar a sua posição e este documento em anexo. 

 

Vamos agora aguardar pelo entendimento entre ambas as partes pois o sector do ensino do surf necessita de uma regulação e fiscalização eficaz. A questão que se coloca é se passa pelo documento/proposta em anexo.

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