Escolas de surf Portuguesas preocupadas com proposta da FPS às Capitanias e Câmaras Municipais
Proposta para uma nova gestão dos operadores do ensino do surf subscrita por Antonio Pedro Sá Leal tem vindo a circular pelos Municípios sem conhecimento das Escolas de Surf...
No comunicado a que a Surftotal teve acesso, assinado por António Pedro Sá Leal, propõe uma nova gestão para as Escolas de Surf em Portuga e agentes do ensino do surf em Portugall, considerando que o sector cresceu de uma forma desorganizada.
Há muito que se tem vindo a falar de uma fiscalização e regulação eficaz do sector do ensino do surf em Portugal. A Federação Portuguesa de Surf é a entidade máxima do surf nacional e está a tentar que isso se faça de uma forma eficaz.
O que motivou o alarme das Escolas de Surf,após este comunicado, foi o de estas não terem sido consultadas antes do documento começar a circular pelos Municipios e Capitanias.
Escolas de Surf Indignadas?
Segundo algumas escolas de surf em Portugal que tiveram acesso a este documento já tornado público (ver abaixo em anexo), sentem-se indignadas não apenas pelo documento em si, mas sim porque a FPS não as consultou antes de o fazer circular por alguns Municípios e Capitanias Portugueses.
Recordemos que o ensino do surf em Portugal tem próximo de 1000 operadores, ou seja empresas, cuja sua actividade é exclusivamente dedicada ao ensino do surf recreativo ou de competição. São milhares de pessoas que dependem economicamente desta actividade e por esse motivo é um assunto que convém ser tratado com tacto e sensibilidade, por forma a que os interesses do ensino do surf, destes agentes e também da entidade reguladora, FPS( à qual é paga actualmente por cada operador do ensino do surf uma quota anual que ronda os 300€) , seja defendido.
Mas vamos analisar o documento em causa.... Segundo este que passamos a citar:
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O crescimento do sector não foi acompanhado de uma forma estruturada do ponto de vista da legislação e levou à utilização desregulada do espaço da praia onde decorrem as atividades de surfing.
Aliado a este fator deu-se igualmente durante a época balnear o conflito com outros utilizadores da praia ( banhistas, concessionários entre outros).
Acresce a estes fatores a falta de fiscalização que deu espaço ao surgimento de inúmeros operadores ilegais ( sem licenças, seguros e não cumprindo com as suas obrigações fiscais)..."
Na verdade alguns dos pontos citados no documento tem vindo a acontecer e o sector necessita de uma regulação e fiscalização eficaz por forma a que o ensino do surf, as suas regras e cultura passem para quem aprende a modalidade e claro a coexistência nas praias Portuguesas com outras actividades:
Documento Propõe um aumento do valor da quota pago pelas escolas à FPS e atribui percentagens às Capitanias, Câmaras Municipais e Turismo de Portugal:
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A Federação Portuguesa de Surf é a entidade que fica responsável pela centralização e licenciamento de todas as tipologias das escolas de surf.
O valor a cobrar anualmente deveria situar-se entre os 1.000 e os 1.500 euros por operador, valor esse que poderia ter a seguinte divisão:
75% - FPS – gestão do processo
10% - Câmara Municipal da região sede do
operador
10% - Capitanias
5% - Turismo de Portugal – para os operadores que trabalhassem nesta área
Os critérios de licenciamento devem ser definidos ( proposta em curso) e as escolas classificadas pela FPS anualmente."
Ainda neste Documento existe uma proposta para uma nova gestão de espaços nas Praias que passamos a citar:
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Esta proposta apresenta uma solução para resolver a gestão do espaço, abrindo igualmente a possibilidade da qualificação do Surfing em Portugal.
Para além disto valoriza Portugal como destino de surfing de qualidade dando aos diferentes operadores a oportunidade de trabalharem de uma forma estruturada profissional e profissionalizante.
Pressupõe:
Apenas uma entidade responsável pela recolha de informação relativa às as escolas de surfing
Definição de Corredores em todas nas praias
Criação de sistema de reservas dos corredores....."
"Corredores • A definição dos corredores será uma tarefa comum de cada Câmara Municipal com os operadores locais e as respetivas capitanias, tendo em conta as diferentes características e as diferentes épocas do ano.
• Os corredores podem ter capacidade de carga diferentes de acordo com a sua dimensão e tendo em conta o rácio apresentado – iniciados=2 mts lineares – formação=1 mts linear – por exemplo: 20/2= 10 alunos ou 20/1=20 alunos.
• Tendo em conta a dinâmica provocada pela deriva litoral das areias os corredores teriam de ser ajustados com base nos inputs dos operadores.
• A utilização dos corredores por seu lado estaria limitada a um operador licenciado à vez.
• Os corredores destinam-se a dois níveis de surf – iniciação e formação Modo de Funcionamento.
• A reserva de utilização de um corredor especifico seria possível a qualquer operador desde que estivesse licenciado.
• A reserva far-se-ia num sistema de first in – first served numa APP onde o custo seria de 1 euro por aluno ou 1 euro por metro do corredor estaria limitado ao espaço disponível – dentro da sua região e 2 euros fora da mesma.
• Tal como outras APP as escolas teriam de fazer um registo prévio com a introdução de autorização de pagamento.
• O registo na app só seria possível se a escola estivesse previamente licenciada pela entidade única.
• No futuro pode-se fazer uma discriminação positiva de acordo com a classificação das escolas – escolas com melhor qualificação teriam prioridade sobre outras com menor qualificação- Ver processo de qualificação e certificação FPS."
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A Surftotal sabe que a FPS já convocou todas as escolas de surf e operadores para uma conferência online, dia 24 de Janeiro, onde irá explicar a sua posição e este documento em anexo.
Vamos agora aguardar pelo entendimento entre ambas as partes pois o sector do ensino do surf necessita de uma regulação e fiscalização eficaz. A questão que se coloca é se passa pelo documento/proposta em anexo.