Frederico Morais durante as meias finais do QS 5000 em Marrocos onde conquistou a 3ª posição. /  WSL / Laurent Masurel Frederico Morais durante as meias finais do QS 5000 em Marrocos onde conquistou a 3ª posição. / WSL / Laurent Masurel sábado, 01 fevereiro 2020 05:53

A realidade do surf em 2020... O nosso pequeno, grande Portugal

Uma reflexão diferente que procura perceber se há equilíbrio entre aquilo que são os “players” deste jogo....

 

 

Com o arranque do novo ano competitivo, Portugal não podia estar mais orgulhoso! Para além da garantia que teremos Frederico Morais (KIKAS) no WCT este ano e Portugal nos Jogos Olímpicos, há ainda as delícias da Nazaré que andam na boca do Mundo e também o início fulgurante no circuito de qualificação (WQS), onde Kikas e Vasco Ribeiro atingiram as meias-finais por terras marroquinas, com ondas de gala, garantindo assim o top-10 no arranque do WQS (ver aqui).

 

 

"Mas nem só de ondas grandes e bons resultados respira Portugal"

 



Mas nem só de ondas grandes e bons resultados respira Portugal. Hoje propomos uma reflexão diferente que procura perceber se há equilíbrio entre aquilo que são os “players” deste jogo e o terreno onde acontecem as batalhas! Sabemos de outras andanças que jogar em casa tem a sua vantagem. Assim, analisemos então a realidade de 2020 no que toca à “justiça” e equilíbrio entre jogos “fora” e “em casa”, para as diferentes nações:

1.    A Austrália tem 3 provas do WCT e ao nível do WQS está representada com 6 provas de 1000 pontos, uma de 3000 pontos, outra de 5000 pontos e ainda 1 campeonato 10,000 pontos, perfazendo um total de 24,000 pontos em jogo para o WQS e 54,000 pontos contando com o WCT.
2.    O Havai, à semelhança de Portugal, conta com uma etapa no circuito de ondas grandes e uma etapa do WCT, mas possui um número superior de provas no âmbito do WQS, com uma etapa de 1000 pontos, uma de 3000 pontos, outra de 5000 pontos e duas etapas de 10,000 pontos, perfazendo um total de 29,000 pontos no WQS e 39,000 pontos nas duas competições.
3.    A África do Sul conta com uma etapa do WCT e no âmbito do WQS tem 6 etapas de 1000 pontos, duas de 1500 pontos e uma de 10,000 pontos, o que perfaz um total de 19,000 pontos no WQS e 29,000 pontos se contarmos com o WCT.
4.    Os EUA têm uma prova do WCT, 3 etapas de WQS de 1000 pontos, duas de 1500 pontos, uma de 3000 pontos e ainda uma etapa de 10,000 pontos, perfazendo um total de 19,000 pontos para o WQS e 29,000 pontos com as etapas do WCT.
5.    Portugal continua a estar representado no WCT, com a etapa de Peniche e ao nível do WQS conta com uma prova de 3000 pontos, outra de 5000 pontos e ainda  uma prova de 10,000 pontos, o que perfaz um total de 18,000 pontos no WQS e 28,000 pontos com a etapa do WCT, sem contar com a etapa do circuito de ondas grandes na Nazaré.
6.    No caso do Brasil, tem uma etapa do WCT e no WQS tem uma etapa de 1500 pontos e 3 etapas de 5000 pontos, perfazendo um total de 16,500 pontos no WQS e um total de 26,500 pontos se contarmos com o WCT.
7.    A Indonésia terá uma etapa no WCT e no WQS poderá contar com uma etapa de 1000 pontos, 3 etapas de 1500 pontos e duas etapas de 5000 pontos, perfazendo um total de 15,500 pontos no WQS e 25,500 pontos com o WCT.
8.    O Japão, palco dos Jogos Olímpicos, será apenas anfitrião de duas etapas de 3000 pontos e uma de 1500 pontos no WQS, perfazendo um total de 7500 pontos.

Nota: Existem outros países em que existirão provas em 2020, tanto do WCT como do WQS, no entanto com menos expressão.


 


Fig 1. A distribuição de pontos por País (Top 7)                 Fig 2. A distribuição de atletas por País no WCT 2020




Da leitura das figuras 1 e 2 podemos retirar as seguintes conclusões:

1.    A Austrália tem muitas provas, mas é relativamente proporcional ao número de atletas representados no WCT em 2020;
2.    O Havai tem uma percentagem exagerada de provas comparativamente ao número de atletas que representam este país em 2020;
3.    Portugal está bem servido ao nível de provas;
4.    Apesar da ascensão brasileira no surf, continuam a ter de jogar maioritariamente “fora”



*Por Pedro B. Júdice, Investigador Doutorado na Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa e Professor na Faculdade de Desporto, da Universidade Lusófona.

Vasco Ribeiro entrou em 2020 com máxima velocidade ! WSL / Laurent Masurel 

 

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