"O QUE MAIS GOSTO NO LONGBOARD É DE TER LIBERDADE PARA TUDO"

O jovem Sebastião Maia em entrevista à SurfTotal.

Por Patrícia Tadeia

Este ano foi um ano em cheio para o jovem longboarder de 18 anos Sebastião Maia. Na etapa do Circuito Nacional em Cortegaça alcançou um 3º lugar e terminou o ano em 5º Lugar no Ranking Nacional de Longboard 2013 e em 3º Lugar no Circuito Rebel Longboard Tour 2013. O ano para "Sebas", como é conhecido pelos amigos, contou ainda com a entrada na faculdade, no curso de Arte e Design, em Coimbra. Difícil mesmo é saber que estão altas ondas e ter de ficar a estudar, confessa à SurfTotal. Falámos com Sebastião sobre Longboard, passado e futuro! Fica a saber mais sobre este surfista do Porto.

 

Como caracterizas atualmente o Longboard Nacional?
Atualmente, o Longboard Nacional está a evoluir cada vez mais, tanto a nível de surf, como a nível competitivo. Esta modalidade que é muitas vezes posta de parte por algumas pessoas e organizações, este ano mostrou o contrário! No Campeonato Nacional, houve várias mudanças nos rankings, conforme iam passando as etapas, o que prova que houve muita competitividade entre os atletas. Este ano tivemos vários atletas a demonstrar muito bom surf, o Bruno Grandela de Peniche, o Luís Esteves de Faro, o Rúben Silva de Gaia, o João Carvalho de Peniche que formaram o top 4 Nacional deste ano.Tivemos também as já habituais excelentes prestações dos Old School do Longboard Nacional, como Lufi e o José Lafuente, que só tiveram presentes em 2 etapas, e por isso não chegaram a entrar no top 5 Nacional. Muitos outros demonstraram bom surf ao longo das etapas, como Tiago da Nova, Manuel Dantas, Gustavo Froufe… Existe outra variante do Longboard Competitivo que é o Longboard em Freesurf. Considero como atleta exemplar deste estilo o grande surfista e amigo Eurico Gonçalves, Campeão Nacional de Longboard em 2008, que neste momento, faz do Longboard uma forma de vida. Admiro-o muito como pessoa e pelo surf que faz! Este ano apostou forte no estilo clássico, e está a trazer a cultura original do Longboard novamente para Portugal. O balanço que faço do Longboard Nacional é muito positivo, pois temos grande nível e muito bons atletas para desenvolver e fazer evoluir esta modalidade!

 

E em comparação com o resto do Mundo?
O longboard Mundial tem um nível muito mais elevado do que o Longboard aqui em Portugal. Mas isto acontece, porque os portugueses não vão competir lá fora, e não se batem com os “peixes graúdos”! Existem Longboarders de topo no Brasil, no Hawaii, na California, na Australia e mesmo em França e em Inglaterra. Temos de deixar de pensar que somos muito bons e campeões no nosso país! Até podemos ser, mas depois quando vamos fazer um Europeu ou Mundial, levamos uma lição, em todos os aspetos.

 

Quando começaste a surfar? E a dedicar-te ao Longboard?
A primeira experiência que tive com o surf foi quando tinha mais ao menos 6 ou 7 anos, na H3o Escola de Surf em Ofir. Passava lá quase o meu verão todo. Um dia decidi experimentar e fui fazer uma aula com a minha família toda, até o meu avô alinhou! Depois desse verão parei o surf e fiz bodyboard durante mais ao menos 1 ano. Em 2011, comecei outra vez a aprender a surfar, com o master do Longboard Português, José Marcos “Madi”. Comecei primeiro com o surf mas rapidamente mudei para o Longboard no fim de 2011. Desde aí, entro em Campeonatos de Longboard e continuo a fazer surf em shortboards.

 

O que gostas mais no Longboard?
O que gosto mais no Longboard é a sensação de poder fazer o que me vier a cabeça em cima da prancha. “Ter liberdade para tudo”, penso que é a frase que caracteriza o meu estilo no longboard! Adoro shortboard mas apenas em freesurf. Com o Longboard tenho uma vida bem mais tranquila que condiz com o meu estilo, com a personalidade, e com a minha forma de viver o dia-a-dia.

 

Qual é o balanço que fazes deste ano que passou? Que viagens fizeste?
Este ano foi um ano cheio de motivação e treino para alcançar os meus objectivos! Foi um ano muito positivo, com grande ajuda e apoio do meu Pai e do resto da minha família! Tive o meu melhor resultado no campeonato do Circuito Nacional em Cortegaça que consegui o 3º Lugar na final. No final do ano acabei em 5º Lugar no Ranking Nacional de Longboard 2013 e em 3º Lugar no Circuito Rebel Longboard Tour 2013. Estou muito feliz com estes resultados! Este ano tinha como objectivo fazer todas Etapas do Circuito Europeu e alcançar o top 10 Europeu. Mas como não houve qualquer etapa deste Circuito, não foi possível. Durante este ano fiz duas viagens inesquecíveis. A primeira, no fim de Julho, ao famoso festival Salinas em Espanha, onde apanhámos todos os dias altas ondas e altas noites com bons concertos e excelente ambiente, na companhia do grande Eurico Gonçalves, o filho do “Kiko” Romaguera e o primo Bruno. Ainda mais inesquecível foi, por ter festejado os meus 18 anos! A minha outra surftrip foi a Biarritz, Côte des Basques, paraíso dos Longboarders. Apanhámos mar clássico com meio metro todos os dias, excelente temperatura da água.


Desafios/Objetivos para 2014?
No próximo ano 2014, tenho como objetivo lutar pelo título Nacional, e tal como no ano 2013, fazer o Circuito Europeu todo e ficar no top 10 Europeu. Outro objectivo, é conseguir treinar e evoluir o meu surf na primeira parte do ano (janeiro até maio), para entrar muito forte nos campeonatos. Para 2014, tenho também o meu desafio constante, que é acabar o meu primeiro ano da Faculdade.

 

Quem são os atletas em que te inspiras?
Tenho muitos, mas uns mais do que outros. A nível internacional no Longboard os meus favoritos são: Taylor Jensen, Harley Ingleby, Ben Skinner e Alex Knost. A nível Nacional é o Lufi, Eurico Gonçalves, Rúben Silva, Bruno Grandela e José Lafuente. No surf de shortboard, Kelly Slater, John John Florence e Jordy Smith são os meu preferidos, tem todos um estilo muito descontraído e uma linha de onda incrível.

 

Sei que tas na Faculdade. Em que curso/faculdade? E como é conciliar estudos e surf?
Sim, entrei este ano em outubro e estou a estudar em Coimbra, no curso de Arte e Design, na ESEC. Estudar e treinar é bem mais difícil do que parece. Tenho que organizar muito bem cada dia da semana para conseguir fazer tudo o quero, treinar, estudar, estar com os amigos e com a família.

 

O que consideras mais difícil?
Estudar claro!! Principalmente quando sei que estão a dar altas ondas e não posso ir surfar porque tenho trabalhos para entregar ou tenho que estudar.

 

Fala-me do vídeo que vais lançar em breve?
Este video vai ser lançado já em janeiro, com os meus melhores momentos de todo o ano 2013, surftrips, treinos, freesurf… com a grande ajuda do Rui Mário Sá “Anglet”, de Viana do Castelo. 

 

 

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