Grupo de cientistas descobre fractura tectónica em formação ao largo da costa portuguesa
Terramoto de 1755 já fazia prever esta situação, que pode levar à criação de um supercontinente, mas só daqui a muitos milhões de anos.
O Público avançou hoje com a notícia de uma descoberta - mais ou menos previsível em face do que nos conta a história depois dos terramotos de 1755 e 1969: cientistas portugueses, australianos e franceses avançam com a descoberta de “uma zona de subducção” ao largo da costa de Portugal. Significa isto que uma placa teutónica da Terra mergulha debaixo de outra, o que pode resultar, ao que se estima daqui a 200 milhões de anos, ao desaparecimento do oceano Atlântico e da formação de um supercontinente com as massas continentais da Europa e América.
A equipa de cientistas, liderada por João Duarte, geólogo português a exercer na Universidade de Monash, na Austrália, detectou “os primeiros indícios de que a Margem Sudoeste Ibérica está a tornar-se activa”, lê-se no comunicado da Universidade. “Detectámos os primórdios da formação de uma margem activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte. O mesmo investigador realça que a atividade sísmica que se registou em Lisboa, em particular no grande terramoto de 1755, já fazia prever que ali se estivesse a produzir uma “convergência tectónica".