Maldivas proíbem tabaco a todos os jovens, incluindo turistas: um marco na proteção da saúde pública
O país do Oceano Índico impôs uma das leis antitabaco mais rigorosas do mundo, aplicável também aos turistas.
As Maldivas tornaram-se o primeiro país do mundo a proibir o tabaco para toda uma geração, ao implementar uma nova lei que proíbe o fumo a todas as pessoas nascidas a partir de 1 de janeiro de 2007 — incluindo turistas.
A medida entrou em vigor a 1 de novembro de 2025, e é vista pelo Ministério da Saúde como um marco na proteção da saúde pública e na promoção de uma “geração sem tabaco”.
O que muda com a nova lei
A partir de agora, é ilegal comprar ou vender produtos de tabaco a quem nasceu depois de 2007.
Os retalhistas que violem a regra arriscam-se a multas até 50.000 rufias (cerca de 2.800 euros) e passam a ser obrigados a verificar a idade de todos os clientes antes da venda.
Mesmo os turistas que se encontrem de férias no arquipélago devem respeitar a nova legislação.
Quem for apanhado a fumar ou a utilizar vaporizadores em violação da lei pode ser multado em 5.000 rufias (aproximadamente 282 euros).
Vapes continuam totalmente proibidos
A restrição soma-se às regras já existentes sobre cigarros eletrónicos, cuja importação, venda e posse estão proibidas desde 2024, independentemente da idade.
Os visitantes não podem entrar com vapes ou dispositivos de vaporização, mesmo para uso pessoal.
À chegada, os dispositivos são confiscados pela alfândega, sendo devolvidos apenas à saída do país, mediante apresentação do recibo entregue no momento da apreensão.
Quantidades limitadas de tabaco para turistas
Apesar da nova medida, os turistas com visto válido continuam autorizados a trazer pequenas quantidades de tabaco tradicional:
até 200 cigarros,
25 charutos, ou
250 gramas de tabaco.
Qualquer quantidade acima destes limites será confiscada e retida pela alfândega até 30 dias, podendo ser recuperada apenas no momento da partida no Aeroporto Internacional de Velana.
Governo acredita que o turismo não será afetado
O vice-presidente do Conselho de Controlo do Tabaco das Maldivas, Ahmed Afaal, garantiu que a medida não deverá afastar turistas, sublinhando que o país continua a ser um destino de sonho pelas suas praias, recifes e luxo natural.
“As pessoas não vêm às Maldivas por poderem fumar. Vêm pelas praias, pelo mar, pelo sol e pelo ar fresco”,
afirmou Afaal, acrescentando que nenhuma reserva internacional foi cancelada desde a entrada em vigor da lei.
Segundo as autoridades, o número de visitantes aumentou no último ano, e o país projeta ultrapassar os dois milhões de turistas em 2026.
A decisão das Maldivas, embora ambiciosa e de aplicação complexa, representa um gesto pioneiro de saúde pública que poderá inspirar outros países a adotar políticas semelhantes.
Num mundo onde os impactos do tabaco ainda afetam milhões, o arquipélago do Índico assume uma posição corajosa, privilegiando a prevenção, o bem-estar e a qualidade de vida — mesmo que isso signifique desafiar hábitos culturais e o conforto de alguns viajantes.
Resta saber se esta visão de futuro sem fumo será também um exemplo a seguir por outras nações — e se, ao mesmo tempo, o turismo de luxo e natureza das Maldivas continuará imune às restrições.





