Governo das Maldivas vai proibir cidadãos israelitas de entrar no país
A proibição apresenta-se como uma manifestação de apoio das Maldivas à Palestina.
O governo das Maldivas anunciou que vai proibir a entrada de israelitas no país. Este aclamado destino de surf, praias e resorts de luxo toma esta medida em resposta à crescente indignação pública da sua população face aos ataques de Israel a Gaza.
O Presidente Mohamed Muizzu tem vindo a ser pressionado tanto por partidos da oposição como por aliados do governo a proibir a entrada de israelitas no país, como forma de simbolizar a oposição à guerra em Gaza, onde foram mortos cerca de 36.439 palestinianos e cerca de 1.139 israelitas desde o dia 7 de Outubro de 2023.
Segundo um porta-voz do Presidente, tomou-se a decisão de "impor uma proibição de passaportes israelitas", mas o comunicado não incluía detalhes sobre a partir de quando esta medida entrará em vigor. Adicionalmente, Muizzu também iniciou uma campanha nacional de angariação de fundos chamada "Maldivos em Solidariedade com a Palestina".
Em resposta à proibição, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel aconselhou a que cidadãos israelitas que neste momento se encontrem nas Maldivas saiam do país "pois se enfrentarem alguma dificuldade por qualquer motivo", o governo de Israel terá dificuldade em auxiliar.
No ano passado, as Maldivas receberam quase 11.000 turistas israelitas, correspondendo a 0.6% do total de turistas no país. Dados oficiais relativos aos primeiros quatro meses do ano mostram também uma queda de 88% dos turistas israelitas em comparação com o mesmo período de 2023.
As Maldivas já tinham implementado uma proibição a turistas israelitas no passado, que foi levantada nos anos 90. Em 2010, houve uma tentativa de restaurar relações, que acabaram por ser infrutíferas após a queda do Presidente Mohamed Nasheed em 2012.
Pessoas com passaporte israelita são também proibidas de entrar na Argélia, Bangladesh, Brunei, Irão, Iraque, Kuwait, Líbano, Líbia, Paquistão, Arábia Saudita, Síria e Iémen.