Comunidade surfista das Maldivas condena Israel e pede que turistas israelitas sejam proibidos de entrar no país
"Pedimos que o governo ajude os palestinos como puder".
No passado dia 20 de Outubro, a população das Maldivas juntou-se aos civis de vários países do mundo em protestos em solidariedade com o povo palestino, mais especificamente da Faixa de Gaza, que têm vindo a sofrer ataques e bombardeamentos contínuos por parte de Israel desde o passado dia 7 de Outubro. Mais de 9,000 palestinos morreram desde o início deste conflito, e 66% das vítimas são mulheres e crianças.
Um dia depois do protesto das Maldivas, a comunidade surfista local juntou-se num pronunciamento divulgado pela Maldives Bodyboarding Association, em conjunto com a Surfing Association of Maldives e a International Aid Campaign. condenou "as acções desumanas e injustas cometidas por Israel contra os palestinos". O comunicado também denuncia o comportamento de turistas israelitas nas Maldivas, alegando "desrespeito" e "agressões físicas e verbais" contra os surfistas locais e internacionais.
Por estes motivos, o comunicado dirige-se aos "donos de resorts, proprietários de guesthouses, operadores de safaris e guias turísticos", pedindo que cessem relações com clientes de Israel. Pede ainda ao governo das Maldivas que seja banida a entrada de israelitas no país. Por fim, o comunicado regressa ao seu ponto fulcral - a condenação de Israel pelos ataques à Palestina - e pede ao governo que "ajude os palestinos como puder".
Segue o comunicado na íntegra:
"A Maldives Boardriding Association e toda a comunidade surfista condena veementemente as acções desumanas e injustas cometidas por Israel contra os palestinos. Surfistas israelitas que visitam as Maldivas têm mostrado um desrespeito perturbador para com surfistas locais e internacionais no lineup. São uma ameaça à segurança de locais e outros, recorrendo a agressões verbais e físicas. Mais ainda, é importante apontar para o facto de que israelitas têm estado involvidos no sector turístico, ainda que discretamente, em vários níveis. Imploramos que donos de resorts, proprietários de guesthouses, operadores de safaris e guias turísticos que ponham fim a esse involvimento com Israel.
Pedimos que o governo das Maldivas decrete a proibição de israelitas nas Maldivas. Também pedimos que o governo continue quaisquer esforços direccionados ao fim das acções desumanas de Israel, e que continue a mostrar solidariedade com os palestinos. Pedimos que o governo ajude os palestinos como puder. Pedimos à comunidade muçulmana que se una em solidariedade contra estas acções desumanas de Israel, e que ajudem os palestinos como for possível".
Uma história que dura há mais de 70 anos
O conflito entre Israel e a Palestina é longo. Em 1948, o Estado de Israel foi estabelecido, e cerca de 750 000 dos palestinos que já residiam no território foram desalojados e convertidos em refugiados ao redor do mundo. Hoje, a maior parte do território é considerado Israel, e o território palestino limita-se à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ambos fortemente controlados por Israel.
No passado dia 7 de Outubro, o grupo terrorista Hamas atacou Israel, num atentado que provocou cerca de 1400 mortos e capturou 242 reféns. Em resposta, Israel tem bombardeado diariamente a Faixa de Gaza, e também já direccionou ataques à Cisjordânia. Estima-se que já tenham morrido mais de 9000 palestinos em Gaza desde o agravamento do conflito.