Para Salvador Couto, o sonho de surfar na Cave nasceu aos 12 anos, quando viu um clip de Tiago "Saca" Pires naquela que e é uma das "cinco ondas mais perigosas do mundo", e talvez "a mais perigosa da Europa". Salvador queria enfrentá-la pelo desejo de "fazer aquele tubo perfeito e vencer a sensação de perigo". Mas sabia que nada podia correr mal, pois as consequências poderiam ser desastrosas - "os seus famosos bafos poderiam mandar-me contra a pedra". 

O passado dia 8 de Fevereiro trouxe ondas excelentes a vários cantos do país, mas Salvador só se interessava por um. "Recebi o call do meu cameraman @vanlife_productions dizendo-me que a Cave ia estar clássica", conta. "O dia tinha chegado". 

"Quando chegámos o mar estava lindo, com o offshore perfeito, vinham sets de três metros". Com a maré bastante vazia, Salvador deparou-se logo com os perigos da Cave: "na zona do drop e do tubo quase não havia água mas principalmente laje, o que redobrava o risco de me esborrachar". 

@vanlife_productions

"Tomei a escada pela arriba abaixo com aquele frisson na boca do estômago de quem vai enfrentar uma novidade muito desejada mas também arriscada". A Cave, afinal de contas, "não é para principiantes". 

"Já lá em baixo", Salvador analisou a onda e a formação do tubo, e percebeu que "a margem de erro era quase nula e que não podia cair no drop", pois a possibilidade de se magoar seriamente era praticamente certa.

"A entrada foi bastante difícil", confessa. "Vinham sets que fechavam toda a baía". Mas Salvador não se deixou intimidar, e "logo que deu uma aberta", entrou na água, e aí foi "invadido por uma sensação de tranquilidade, de plenitude e de conexão". "Não sei se fui eu que surfei a Cave ou se foi a Cave que me surfou a mim", reflecte, tal era essa conexão. "O que é certo é que foi incrível e que fiquei com a certeza de que quero fazer isto para o resto da minha vida". 

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