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John John Florence destaca-se no 2º dia do Meo Pro Portugal
Frederico Morais é o único Português em prova...
O 2.º dia do Meo Pro Portugal presented by Rip Curl fez jus ao nome da praia de Supertubos, com um swell maior do que no dia da estreia, a rondar os 2,5 a 3 metros. Condições desafiantes e um arranque madrugador, às 7h30 da manhã, para a realização de duas das baterias da ronda inaugural da prova masculina. O prova foi, entretanto, suspensa, para recomeçar por volta das 12h30, com melhores condições e o término das primeira e segunda rondas da prova.
Frederico Morais - Click por Pedro Mestre
Frederico Morais foi o único dos três portugueses em prova a evitar a ronda de repescagens. O surfista de Cascais qualificou-se diretamente para a ronda 3 da prova, depois de ter terminado no 2.º lugar do heat 7 da ronda inaugural. Uma bateria cheia de emoções – frente ao brasileiro Caio Ibelli e ao norte-americano Conner Coffin – em que Frederico esteve na maior parte do tempo na 3.ª posição, mas em que, já na reta final, fez um tubo, pontuado com 5,23 (em 10 pontos possíveis), que lhe valeu um score total de 7,73 pontos (em 20 possíveis) e a passagem direta para a fase man-on-man.
“Foi no limite, mas em casa com este público, arranja-se sempre força. São sempre momentos especiais aqui em Peniche, são os momentos mais altos da minha carreira em termos de público e emoção, e isso vale mais do que qualquer resultado”, começou por dizer Frederico Morais, que confessa ter acreditado até ao fim da bateria: “Até tocar a buzina, tudo é possível. As condições não estão nada fáceis, o dia estava a ser super desafiante, o mar está bem maior do que parece, mas está feito”, referiu o português que escolheu o nome de Jéssica Silva para homenagear durante o evento. Em causa está uma iniciativa da WSL que assinala o Dia Internacional da Mulher, em que os atletas usam na licra o sobrenome de uma mulher que consideram ser uma referência. “Foi um ótimo nome para representar neste primeiro heat, ambos somos embaixadores do MEO, representamos as cores de Portugal e damos tudo por tudo”, concluiu o único surfista português a competir no World Tour.
E Jéssica Silva esteve mesmo em Supertubos para apoiar o surfista português. “Foi uma surpresa enorme, estava a sair do treino e vi uma publicação da WSL nas redes sociais a identificar-me. Foi assim que fiquei a saber da iniciativa. Mandei logo mensagem ao Kikas e agradeci. Senti-me muito honrada, ele é uma pessoa que me inspira, é um dos melhores, um ícone. Tornámo-nos amigos, e agora sou ainda mais adepta do surf e do Kikas, claro”, referiu a jogadora do Benfica.
Afonso Antunes junto com os seus Pais. Click por Pedro Mestre
Na ronda de repescagem estiveram Afonso Antunes e Vasco Ribeiro. O jovem surfista de apenas 18 anos teve a árdua tarefa de enfrentar Kelly Slater no heat de eliminação, bem como Connor O’Leary, numa bateria em que o 11 vezes campeão do mundo não deu hipóteses. Afonso fez apenas duas ondas e um score total de 2 pontos (em 20 possíveis), terminando assim na 33.ª posição na sua primeira participação numa etapa do WT. Kelly Slater venceu o heat combinando duas ondas tubulares pontuadas com 7,33 e 5,77 pontos e no final da bateria explicou o que mudou face ao dia de ontem em que terminou a bateria na 3.ª posição: “A minha atitude mudou. Não queria surfar ontem, mas a organização está a tentar fazer a prova e quero ter condições competitivas. A pressão de estar em primeiro também depois de tanto tempo, foi demais para mim. Não gosto de perder, desde que sou pequeno [risos]”, disse Kelly.
Vasco Ribeiro tenta o tudo por tudo para encontrar uma onda com potêncial. WSL/ Poulenot
Também Vasco Ribeiro ficou pelo caminho nesta segunda ronda da prova. O surfista da Praia da Poça que em 2015 alcançou um 3.º lugar em Supertubos acabou por ser eliminado numa bateria em que apenas Lucca Mesinas e Conner Coffin se apuraram para a ronda seguinte. Vasco totalizou um score de 4,20 pontos (em 20 possíveis), num heat com poucas ondas em que o 1.º classificado, Lucca Mesinas, fez uma pontuação de 6,77 pontos.
John John Florence. Pedro Mestre
O destaque deste segundo dia de prova foi John John Florence. O havaiano provou mais uma vez que é um dos melhores a surfar tubos, encontrando as seções mais profundas e fazendo com que parecesse fácil sair da cortina de água. E fê-lo com uma onda em que somou 9,07 pontos (em 10 possíveis), a que somou outra pontuada com 8,50. Com um score total de 17,57 pontos (em 20 possíveis), e uma performance incrível, o havaiano que em 2016 venceu a etapa de Supertubos mostra porque é um dos favoritos ao prémio. Para o Dia Internacional da Mulher, o bicampeão mundial decidiu surfar com o nome de Alex Florence nas costas, em homenagem à mãe que também é surfista. “Estou muito feliz por termos esperado, porque mesmo durante a nossa bateria as ondas estavam a melhorar. O vento ainda está a soprar muito forte, mas está a ser muito divertido. É incrível homenagear minha mãe e ter o nome dela nas minhas costas. Eu não estaria onde estou se não fosse ela. Ela ainda surfa todos os dias em Pipeline, e eu não poderia estar mais agradecido.”
A chamada para o MEO Pro Portugal presented by Rip Curl está agendada para amanhã, dia 5 de março, às 7h00, para avaliação das condições.