OBRA DE PROLONGAMENTO DO QUEBRA-MAR DE LEIXÕES FOI APROVADA PELA APDL
E deverá arrancar no início do ano...
As obras de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões, em Matosinhos, foram adjudicadas, segundo revelou hoje à Lusa o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
Nuno Araújo disse que o contrato com o consórcio liderado com a Teixeira Duarte, Tecnovia e Dredging foi assinado esta terça-feira e que “a expectativa é que durante o próximo mês de fevereiro aconteça a consignação da obra do quebra-mar e dragagem, dando-se assim o pontapé de saída da obra".
A obra, que envolve o prolongamento do quebra-mar exterior em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação, deverá ter um prazo de duração de 30 meses e um custo de 147 milhões de euros.
As obras têm sido bastante questionadas e levaram ao parlamento uma petição pública com mais de 6.500 assinaturas a contestar a intervenção que afirmam que representa um perigo, não só para o ambiente, como também para as pessoas e concelhos vizinhos.
Segundo o Movimento "Diz Não ao Paredão" e a Surfrider Foundation Europe, o possível efeito cumulativo das potenciais ameaças (maior estagnação das águas e assoreamento) com a qualidade já débil das águas, relacionada com as linhas de água que lá desaguam, perspetivam um resultado dramático para a qualidade do ambiente naquela praia.
De acordo com António Meireles, recentemente eleito membro do Board da Surfrider Foundation Europe, “esta é uma componente das obras do Porto de Leixões que pode representar impactos profundos na economia, sociedade e natureza, não só localmente como em toda a sua envolvente. Estamos a falar da praia urbana com mais utilizadores em todo o norte do país, com milhares de utilizadores ao longo de todo o ano. A qualidade da água nas praias que são diretamente afetadas por esta obra já é atualmente um risco, sendo mesmo desaconselhado os banhos no Verão pela Agência Portuguesa do Ambiente, pelo que uma obra que na sua memória descritiva assume que irá ter impacto na qualidade da água, antevê por si só consequências que desvalorizaram não só o uso desta zona costeira, como todos os negócios e áreas envolventes.”
Segundo Nuno Araújo, está a ser feito um estudo sobre o "valor económico do desporto de ondas em Matosinhos e no Grande Porto" e a APDL prevê indemnizar, se for caso disso, as empresas deste setor ou apoios de praia (bares e restaurantes).