Petição pública contra obras em Leixões chega ao Parlamento com 6.500 assinaturas
Movimento diz não ao paredão ganha ainda mais força...
A petição pública a contestar o prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões, em Matosinhos, foi hoje submetida à Assembleia da República com mais de 6.500 assinaturas, adiantou à Lusa um dos responsáveis.
O porta-voz do Movimento "Diz Não ao Paredão", Humberto Silva, em parceria com diversas entidades lançou a petição em março, explicou que o abaixo-assinado não é contra o Porto de Leixões dada a sua importância económica, social e política, mas sim uma contestação ao projeto atual.
"A extensão do molhe nas condições apresentadas exibe por si um risco ambiental, social e económico que a Surfrider Foundation Europe e grande parte da comunidade local considera inaceitável, pelo que gostaríamos que tivesse um maior escrutínio público, nomeadamente na Assembleia da República", reforçou.
Humberto Silva salientou que o objetivo da petição é levar os deputados a suspender os trabalhos porque o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), apesar de aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente, revela-se insuficiente quanto à qualidade da água porque não existe uma efetiva modelação/previsão de quais as consequências sobre esta.
Além desta questão, o porta-voz do movimento recordou que o EIA salienta o possível condicionamento da prática de desportos de ondas decorrentes da extensão do molhe, algo que vai contra todo o investimento financeiro passado, presente e futuro.
"Atualmente, Portugal é conhecido e reconhecido como um dos principais destinos para a prática destes desportos no mundo, sendo que as características das praias afetadas são em toda a Europa das melhores para a iniciação e ensino. Desta forma, a petição apela a que este valor económico e social seja tido em conta", sublinhou.
O Movimento "Diz Não ao Paredão" realizou já duas manifestações públicas e pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) para ponderar avançar com uma ação popular.
Em fevereiro, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, anunciou um investimento de cerca de 217 milhões de euros, dos quais 147 são investimento público, até 2023 no porto de Leixões para aumentar a sua competitividade portuária.
As empreitadas envolvem o prolongamento do quebra-mar exterior em 300 metros, aprofundamento do canal de entrada, anteporto e bacia de rotação, a criação do novo terminal no Molhe Sul e a melhoria das condições de operação do porto de pesca.
Contudo, têm surgido várias críticas de partidos políticos, autarcas, surfistas e populares.