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IAN GOUVEIA E JUSTINE DUPONT VENCEM AZORES PRO 2016
Camilla Kemp termina participação no Qualifying açoriano em quinto lugar…
O surfista brasileiro Ian Gouveia, de 23 anos, venceu o Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol, que hoje terminou, na Praia do Monte Verde, Ribeira Grande, com boas ondas de 1,5m.
Ian bateu o havaiano Ezekiel Lau na final, conseguindo assim a sua primeira vitória numa etapa desta importância do circuito mundial. O filho de Fábio Gouveia (lenda do surf brasileiro e mundial) tornou-se no quinto surfista brasileiro a vencer a prova açoriana (em oito edições) e subiu ao Top 10 do ranking de acesso à elite mundial.
“Nem acredito que venci finalmente uma etapa! Depois da final em Pantin, na Galiza, no fim-de-semana passado, fiquei com muita vontade de melhorar aquele quarto lugar... mas logo na etapa seguinte?!... E aqui nos Açores!?... uau, estou mesmo muito feliz com este, que é o melhor resultado da minha vida!... e com o surf que consegui apresentar! Acho que foi por me sentir tão bem recebido e praticamente em casa. Muito obrigado a todos! Vou tentar levar esta boa forma para Cascais”, comentou o campeão do Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol.
O autor da melhor onda da prova (9,47 pontos em 10 pontos possíveis), que subiu assim mais de 50 posições no ranking mundial, no espaço de uma semana, esteve sempre em grande forma ao longo da etapa e acabou por defrontar na final o outro grande destaque até então.
O havaiano Ezekiel Lau também mostrou o seu típico surf explosivo, mas na final ficou a necessitar de uma segunda onda boa para bater Gouveia. No entanto, este não deixa de ser o seu melhor resultado do ano até agora, cimentando o seu lugar no Top 10 do ranking mundial de acesso e abrindo boas perspectivas para uma eventual subida à elite mundial em 2017.
Quem está praticamente garantido nessa elite mundial é o italiano Leonardo Fioravanti, terceiro classificado no Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol e cada vez mais líder do ranking de acesso. Fioravanti foi eliminado nas meias-finais, precisamente pelo seu amigo e companheiro de equipa Ezekiel Lau, mas com este resultado já ultrapassou a barreira dos 20.000 pontos, teoricamente a fasquia, no acesso à elite mundial.
A par de Fioravanti, na outra meia-final e igualmente em terceiro lugar, ficou o jovem sul-africano Michael February, que aqui conquistou um dos melhores resultados da sua carreira e assim também sobe bastante no ranking.
Nos quartos-de-final, em quinto lugar ex-aequo, ficaram os jovens brasileiros Yago Dora e Lucas Silveira, o francês Maxime Huscenot e o australiano Mitch Coleborn.
Também em quinto lugar, mas na prova feminina, ficou a portuguesa Camilla Kemp, que não conseguiu bater a francesa Pauline Ado (ex-campeã mundial júnior e ex-membro da elite mundial) na segunda bateria dos quartos de final. A par de Camilla ficaram ainda a francesa Tessa Thyssen, a costa-riquenha Leilani McGonagle e a havaiana Mahina Maeda.
Nas meias-finais, Pauline acabou por não conseguir fazer frente à jovem havaiana Brisa Hennessy, de apenas 16 anos, muito à vontade nas ondas fortes da Praia do Monte Verde. Ado ficou assim em terceiro lugar, a par da australiana e sua ex-colega na elite mundial, Claire Bevilacqua.
Já na final feminina, a francesa Justine Dupont acabou por impor a sua experiência e, com uma melhor selecção e finalização das ondas, levou mesmo a vitória para casa. A eclética surfista de Lacanau, França, que também já fez parte da elite mundial (além de ter sido vice-campeã mundial de longboard e atacar as ondas grandes como poucas surfistas na Europa!), soma assim pontos importantes para o seu objectivo de regressar ao Championship Tour e assume a liderança do ranking europeu.
“Estou obviamente muito satisfeita com o resultado mas, acima de tudo, com a minha prestação! Comecei bem o ano, com bons resultados, mas depois dei-me bastante mal a meio do ano. Por isso passei a trabalhar com um excelente psicólogo e os resultados voltaram a aparecer! Espero que isto me leve de volta à elite mundial, que é o meu objectivo”, comentou a sorridente Justine.
Para Brisa Hennessy, este é também o melhor resultado da sua carreira e um aviso às restantes competidoras, no que toca aos próximos anos.
Rodrigo Herédia, da organização, faz também um balanço da prova “bastante positivo, mais uma vez. Tivemos sempre boas ondas, acabámos novamente mais cedo porque as previsões para amanhã não eram tão boas como o que tivemos hoje e tivemos mais um grande espectáculo, com mais uma vitória brasileira, o que não deixa de ser engraçado. Também foi óptimo voltarmos a ter a prova feminina e, pela primeira vez, uma surfista açoriana em prova. Indirectamente, isso acaba por influenciar de forma muito positiva o surf feminino nos Açores, o que é fantástico para todos. Para o ano esperamos voltar a contar com as duas provas, mas de preferência com maior pontuação na prova feminina”, concluiu.
Com 150 mil dólares de prize-money para a prova masculina e 15 mil dólares para a feminina, o Azores Airlines Pro 2016 presented by Sumol, realizou-se entre 6 e 10 de Setembro, na Praia do Monte Verde, Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, Açores.