LEO FIORAVANTI: A APOSTA ITALIANA
As palavras do jovem surfista europeu ao microfone da WSL...
Estávamos ainda em março quando começámos a questionar se Leonardo Fioravanti iria ser o primeiro italiano na história do surf a tornar-se campeão mundial (aqui). O jovem, de apenas 18 anos, tem dado que falar neste início de temporada e já ganhou até a epíteto de “toma-gigantes”.
Agora, encontra-se no Brasil, a competir no Oi Rio Pro, fruto de um wildcard dado pela WSL, e vai competir com Filipe Toledo logo no primeiro heat da ronda 3. Na ronda inaugural bateu Stu Kennedy e o grande favorito local, Gabriel Medina.
Numa entrevista à World Surf League, bastante esclarecedora, Leo foi sincero e disse sem reservas que é bem mais fácil competir num CT do que num QS: “Num CT em não tenho nada a perder e por isso não tenho stress. Já o pessoal que faz parte do tour tem tudo a perder. Alguns tentam manter-se apenas no tour, outros tentam alcançar o título mundial e outros visam o top 10. Os meus objetivos são outros: quantos mais heats fizer melhor. Se perder, sei que perdi para os melhores surfistas do globo. Só tenho que divertir-me, surfar como costumo surfar e ver o que acontece."
Ao microfone da WSL Leo também falou do incidente em Pipe em que esteve envolvido em janeiro de 2015. “Eu tive azar com o que aconteceu, mas ao mesmo tempo muita sorte porque não acabei numa cadeira de rodas. Isso deu-me tempo para treinar, ficar mais forte e fortalecer as pernas. Não surfei durante quatro a seis meses, mas trabalhei outras coisas. Li muito. Aproximei-me da minha família e passei tempo com eles, coisa que normalmente não fazia. Acabou por ser uma coisa boa”, relembrou.
O jovem italiano tem apenas 18 anos e a vida da Qualifying Series é muito dura. Mesmo assim, Fioravanti garante que não trocava a vida de surfista por outra qualquer: “Eu não trocaria isto por nada. Foi sempre com o que sonhei. Às vezes perguntam-me o que tem esta vida de mal? Eu penso que não tem nada de mal. Exploramos o mundo, diferentes culturas e conhecemos pessoas de toda a parte. Isso pode ser duro, pois vejo poucas vezes o meu pai que vive em Roma, mas temos que fazer sacrifícios para alcançar os nossos sonhos.”
Leo, tal como o norte-americano Kanoa Igarashi, fazem parte da nova armada Quiksilver e em tempos já tiveram a sorte de estar com Kelly Slater em viagem. Eis o que o italiano aprendeu sobre o 11x campeão mundial: “Eu penso que ele é diferente… Ele é um diferente tipo de ser humano. E para ser tão bom, temos mesmo que ser diferentes. Ele está sempre no seu mundo, e podemos ver que tudo o que vê, ele analisa. A sua mente não para.”
A competição no Postinho pode recomeçar ainda hoje. Conseguirá o italiano vencer Toledo e assim conseguir mais um brilharete?
- Apesar de muito jovem, Leonardo Fioravanti tem vindo a dar que falar entre a elite mundial. Foto: WSL