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POR DENTRO DA OUTERKNOWN
Kelly Slater continua a levantar o véu sobre a sua marca e o rumo que está a tomar.
Num artigo para o site Business of Fashion, Kelly Slater levantou um pouco mais o véu sobre o que se passa no coração da sua marca, a Outerknown, apoiada pelos gigantes franceses do grupo Kering.
No início deste ano, e depois de abandonar a Quiksilver, Kelly decidiu ligar ao designer (também ele surfista) John Moore - que foi este ano nomeado como o Melhor Designer de Roupa Masculina pela revista GQ, pela sua marca de surf lifestyle a M.Nii. Slater recorreu a John Moore para ajudá-lo a lançar uma ambição antiga: a sua própria marca.
O resto já sabes. A Outerknown atraiu o investimento do grupo Kering, e com ele veio o apoio necessário para a expansão da marca, com o recurso a vários especialistas de topo que trabalharam marcas como a Barneys, Mulberry, Amazon ou Alexander Wang.
Embora o nome de Slater enquanto lenda do surf seja o ‘core’ da marca, a Outerknown pretende ser muito mais do que isso, e ir um passo além dos ‘três grandes’ do surf: Billabong, Quiksilver e Rip Curl, que nos recentes anos têm sofrido perdas financeiras significativas.
A coleção de roupa masculina da Outerknown está prevista sair no Outono de 2015, com peças essenciais e básicas como t-shirts, casacos, camisolas, etc. As cores pretendem ser sóbrias, garantia do designer John Moore. Para as mulheres, a coleção pretende ter um estilo mais dentro das tendências da ‘high fashion’.
“Há uma grande fatia da comunidade de surfistas que evoluiu nos últimos anos e procura algo diferente. Os homens e mulheres que cresceram com as tradicionais marcas de surf, cresceram e os seus interesses evoluíram. Toda a gente sonha com o lifestyle da vida na praia - mas nem toda a gente se quer vestir necessariamente como um surfista”, afirma Moore.
A funcionalidade e comodidade da roupa serão também factores de relevo nas coleções, precisamente a pensar no estilo de vida associado ao surfista que viaja. Mas a palavra chave, transversal a toda a filosofia da marca é ‘sustentabilidade’. A Outerknown utiliza, por exemplo, algodão orgânico, reutiliza lã italiana e redes de pesca recicladas.
Para Slater, o grupo Kering tem sido fundamental nesta matéria. “Eles têm toda uma equipa a trabalhar nesse campo”. A título de exemplo, a Outerknown não utilizará ganga enquanto não encontrar um produtor que vá de encontro aos seus requisitos ambientais. “O negócio da roupa é um negócio sujo. Não vamos utilizar ganga de início porque não a conseguimos produzir de uma forma ‘eco-friendly’ nesta fase. Utiliza muita água, e se formos a locais onde se produz ganga, os rios estão azuis e sem vida nenhuma”, avança Slater.
Kelly garante que não pretende que a sua marca seja um ‘gigante’ como a Quiksilver ou a Billabong, e traça as diferenças. “A dada altura estas marcas preocuparam-se apenas com números e esqueceram-se do seu DNA, e das suas raízes. Não digo que que precisamos de ser uma marca gigante, mas se correr bem até podemos ser. A meta é produzir bons produtos, de forma sustentável, com pessoas que sabemos que têm os parâmetros em que nós acreditamos”, concluiu.