Ian Battrick, "que invadiu a zona de competição" quebra o silêncio quinta-feira, 30 outubro 2025 10:50

Ian Battrick, "que invadiu a zona de competição" quebra o silêncio

Pedido de desculpas, após polémica no Great Britain Cup em Thurso

 

Surfista das Ilhas do Canal pede desculpa por ter remado para o lineup durante as meias-finais femininas, mas rejeita acusações de agressão e abuso

O britânico Ian Battrick veio a público pedir desculpa pelo seu envolvimento no incidente que levou à suspensão do Great Britain Cup, competição realizada em Thurso, Escócia, no passado dia 26 de outubro. O evento foi interrompido depois de um grupo de freesurfers ter entrado na água durante as meias-finais femininas, interferindo com as atletas em prova.

“Durante o recente campeonato, cometi um erro”, escreveu Battrick no Instagram. “A competição ainda estava a decorrer e eu decidi remar para fora quando nos disseram que podíamos — talvez não devesse tê-lo feito. Foi irrefletido. Não pensei no impacto que isso teria nos competidores e na organização. Assumo total responsabilidade por essa escolha. Foi errado e peço desculpa a quem se sentiu desrespeitado ou magoado.”

Battrick, natural de Jersey (Ilhas do Canal), é conhecido pela sua dedicação ao surf em águas frias e por ter fundado a marca de fatos Luna Surf. Apesar da reputação tranquila e respeitosa que cultivou, o seu nome foi associado à confusão que levou ao cancelamento da prova e à abertura de uma investigação policial.


Acusações e controvérsia

Após a interrupção do evento, a Scottish Surfing Board divulgou um comunicado condenando o comportamento de alguns surfistas que, alegadamente, dirigiram insultos às atletas femininas, levando à suspensão imediata da competição por razões de segurança.

“Comportamentos abusivos contra competidoras femininas são completamente inaceitáveis e contrariam os valores do surf escocês — Inovação, Cuidado, Inclusão e Excelência”, afirmou a entidade.

Battrick negou ter agido de forma agressiva e afirmou que não houve qualquer tipo de abuso ou confronto físico. Segundo o próprio, existiria um acordo informal com o North Shore Surf Club que permitia aos surfistas locais entrarem na água após as 15h00, embora tudo indique que o evento ainda estivesse em curso nesse momento.

“Nos dias seguintes começaram a circular rumores online, dizendo que eu tinha agredido pessoas ou insultado outros surfistas. Nada disso é verdade”, declarou. “Ver o teu nome e o teu caráter distorcidos é uma dor difícil de descrever. Posso aceitar críticas pelo erro que cometi, mas o ódio e as mentiras que se seguiram foram excessivos.”


Apoio e reação da comunidade

O surfista canadiano Noah Cohen, atualmente gestor de marketing desportivo da Rip Curl, defendeu Battrick nas redes sociais:

“Quando vi esta história com o teu nome associado, fiquei abalado. Foi uma má decisão, e é bom ver-te assumir isso. Mas nunca acreditei na maior parte do que se escreveu — nunca te vi agir de forma desrespeitosa.”

Outros surfistas, porém, relataram ao portal Wavelength que já circulavam rumores sobre uma possível tentativa de interrupção da competição. Um deles afirmou ter ouvido um dos intervenientes gritar insultos a uma atleta, embora não tenha identificado o autor.


Polícia investiga e evento será reagendado

A Police Scotland confirmou que não há feridos e que as investigações estão em curso. A organização do GB Surfing anunciou que as meias-finais e finais — tanto masculinas como femininas — serão realizadas numa data e local ainda a definir.

Os responsáveis do evento informaram ainda que irão monitorizar as condições e podem alterar o local, com Brims Ness e Sinclairs Bay identificadas como alternativas em caso de necessidade.

“Estou comprometido em resolver esta situação de forma construtiva e respeitosa”, concluiu Battrick. “Respeito os atletas — especialmente os mais jovens — e lamento profundamente o incómodo causado.”

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