Instabilidade na Corrente do Golfo
Outra ameaça ao equilíbrio climático, o colapso da Corrente do Golfo
São cada vez são mais frequentes as notícias e os eventos que indicam que estamos a viver momentos de mudança, quiçá uma nova e pouco agradável era climática, denominada pela famigerada expressão, alterações climáticas.
Vagas de calor, novos recordes de temperaturas máximas registadas um pouco por todo o Mundo, inundações devastadoras, furações cada vez mais ferozes ou incêndios infernais com dimensões dantescas e completamente fora do controlo começaram a fazer parte do nosso quotidiano de forma regular.
Agora através dum estudo recentemente publicado pela revista Nature Communications, ficamos a saber de outra tragedia anunciada, o fim da Corrente do Golfo.
Para quem já surfou no Golfo da Biscaia, algures entre Zarautz e Hossegor, durante o Verão, reparou num fenómeno curioso, água quente em pleno Atlântico.
Como é possível a água ser mais quente que no Algarve? Então se tivermos em consideração a temperatura da água nessas paragens, durante o Inverno, está sempre gelada, ainda mais estranho é este fenómeno. A explicação é o fluxo da Corrente do Golfo, que podes ver na imagem seguinte.
Fluxo da Corrente do Golfo
Este é apenas um dos muitos efeitos da Corrente do Golfo. Os seus benefícios são muito mais vastos. Funciona como um estabilizador do clima, um escudo protector para a Europa. Impede, por exemplo que Portugal tenha invernos tão agrestes como Nova Iorque, que está a mesma latitude do outro lado do Atlântico. Se houver uma falência da Corrente do Golfo são previsíveis mais impactos negativos nos ciclos das monções, provocando períodos de seca na Amazónia. A subida no nível do Mar também é previsível. Num cenário mais dramático, é possível que este enfraquecimento seja o trigger para destabilizar a dinâmica de outras correntes oceânicas e a dinâmica dos ventos alísios.
Se a Corrente do Golfo acabar, os invernos no Oeste da Europa vão ser muito mais rigorosos, entre outras complicações
Os primeiros dados alarmantes da diminuição do fluxo da Corrente do Golfo foram registados em 2018. Segundo este estudo é expectável que o colapso possa ocorrer entre 2025 e 2095. A evolução desta situação ainda é uma incógnita, o conhecimento da Ciência tem os seus limites, bem expressos no intervalo temporal tão dilatado entre 2025 e 2095, mas algo de preocupante está em marcha.
No que nos toca, a nível individual, podemos ajustar os nossos comportamentos e hábitos de consumo, para sermos mais conscientes, amigos do ambiente e esperar pelo melhor.