Mar rompe as dunas e coloca habitações em risco na Figueira da Foz
É um problema que já tem pelo menos uma década.
A costa portuguesa esteve em alerta devido às marés vivas, e em algumas praias na Figueira da Foz o mar rompeu as dunas. Barreiras que haviam sido erguidas para proteger as habitações perto da costa não foram suficientes para travar o mar. Na praia da Cova Gala, a primeira casa ficou a 38 metros das ondas.
O movimento SOS Cabedelo tinha alertado que este seria o cenário a começar na madrugada de quinta-feira, dia 24 de Novembro, mas é, na verdade, um problema que já preocupa os locais há pelo menos uma década.
Em depoimentos para a TVI, Miguel Fonseca do SOS Cabedelo afirma que "toda a gente nesta terra está preocupada" com a possibilidade de as estruturas perto da praia "de um momento para o outro [desmoronarem]". Afirma também que as soluções encontradas até agora foram insuficientes, dizendo que foi "dinheiro deitado para o lixo".
O movimento reforça o que vem defendendo há muitos anos: uma transferência de areias em contínuo, "para realimentar a corrente de areia que desce de norte para sul". Em 2017, o SOS Cabedelo fez uma denúncia à Comissão Europeia, em que acusou o Governo Português de confundir a transferência singular com a transferência contínua de areira, promovendo, segundo o movimento, o esgotamento dos recursos financeiros da União Europeia destinados a implementar soluções a longo prazo.
O SOS Cabedelo defende há muito a implementação de um sistema mecânico conhecido como "bypass", nunca tentada em Portugal. Em 2021, o Ministro do Ambiente assumiu que esta era a solução "mais indicada" e que seria concretizada.
O Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, afirma que a missão da Câmara "é não largar as autoridades que decidem".