Kelly Slater trilha o caminho para os Jogos Olímpicos e vê no surf uma ferramenta de união
"A música e o desporto podem realmente trazer paz ao mundo".
Kelly Slater acabou por não conseguir qualificar-se para os históricos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2021, onde o surf foi pela primeira vez incluído como modalidade olímpica. Mas esteve em Miyazaki, no Japão, a competir juntamente com a equipa americana pela oportunidade.
O evento foi especial por mais do que um motivo. O primeiro é que a viagem trouxe a Kelly memórias do passado. Tinha estado em Miyazaki pela última vez em 1990, e recorda esse tempo com carinho, salientando a simpatia dos japoneses e a sorte de poder surfar boas ondas sem nenhum crowd.
A prova em si também foi especial. Apesar da frustração de não se ter conseguido qualificar, Slater compreendeu o momento histórico que estava a viver, além de ver com clareza as diferenças entre este evento e outros como o CT. Com heats mais curtos e adversários que não conhecia, a necessidade de ter uma estratégia era menor, e a competição era por sua vez mais relaxada.
Foi ainda fascinante para Kelly conviver com surfistas de todo o mundo, com quem não teria oportunidade de conviver noutras circunstâncias, e vindos de países onde ninguém espera encontrar surf. Slater ficou particularmente surpreendido ao conhecer o surfista afegão Afridun Amu.
Mas, acima de tudo, o que tornou este evento especial foi o sentimento de união transversal aos Jogos Olímpicos. "A música e o desporto", conclui Slater, "podem realmente trazer paz ao mundo. Devíamos pensar no surf como um ímpeto para algo assim".