Erik Logan, CEO da WSL Erik Logan, CEO da WSL quarta-feira, 22 junho 2022 16:06

Novos formatos da WSL têm-se traduzido em maiores audências e receitas para a empresa

As ambições da World Surf League enquanto crescem em expansão e números

 

Erik Logan, o CEO da WSL desde o princípio de 2020, concedeu uma entrevista à Boardsport Source, onde abordou as ambições e estratégias comerciais da Liga Mundial de Surf.

Gradualmente a World Surf League vai implementando novos formatos e aderindo a mudanças estruturais. Exemplos recentes disso são o mid-season cut, isto é, o corte a meio da temporada competitiva onde avançam para as restantes etapas os 22 homens e as 10 mulheres, sendo que todos os outros caem para o escalão abaixo e procuram novamente a qualificação nos Challenger Series. Mas também a WSL Finals, onde é consagrado o campeão e a campeã mundial numa finalíssima, bem como outros projetos como é o caso da nova série de TV Make or Break na Apple TV.

Tirando o foco somente do Championship Tour, pode também denotar-se diferenças ao nível da organização dos Qualifying Series, que passam a ser regionais, e da introdução dos Challenger Series, que tiraram lugar aos QS com estatuto 10.000. Ou olhando ainda para os novos escritórios da WSL em Portugal e também na França. 

As mudanças visíveis e aquelas que acontecem internamente vão acompanhando a mudança do CEO que assume as rédeas da maior Liga de Surf.

 


Gabriel Medina na WSL Finals 2021, em Trestles.


Erik Logan, referiu e repetiu-se várias vezes ao longo da entrevista que o cerne do negócio está em criar a melhor plataforma digital que chegue a todo o lado e conquiste mesmo quem não é adepto de surf, além de colocar os melhores surfistas nas melhores ondas do mundo.

“Quando entrei, um dos nossos principais focos como equipa era não apenas melhorar a dinâmica competitiva, mas também melhorar a dinâmica dos negócios. Este ano, estamos prontos para entregar os melhores resultados financeiros da história do desporto. As nossas receitas vão crescer 20% em relação a 2019, então estamos extraordinariamente saudáveis.”

 

Mid-season cut e o lucro que advém:

O mid-season cut não foi bem recebido por todos os atletas, a maioria inclusive até ofereceu resistência assinando uma petição que viu cair por terra sem um resultado positivo. No entanto, para a WSL, refletiu-se em aumento do número de audiências e uma lista de parcerias em 35%. “O corte a meio temporada, de uma perspectiva de receita, está realmente a dar-nos frutos”.

Aliado a isto, está também a WSL Finals, que teve a sua estreia no passado ano de 2021 e foi igualmente alvo de rejeição e revolta por parte de alguns competidores. Mas no final do dia, Logan acredita que os números falam por si e compensam.

"No ano passado, introduzimos o dia das finais, mas este ano temos o design completo em que trabalhamos há anos com o mid-season cut e os surfistas a serem atirados para os Challenger Series. O que tem sido ótimo. Queríamos colocar mais surfistas de excelência na água em locais incríveis e é por isso que queríamos começar os Challenger Series em maio e começar em Snapper Rocks, que era uma antiga etapa do CT. Os números são incompreensíveis e comparando os antigos QS10000 com os novos Challenger Series, aumentamos 95% nos números de audiência porque temos ótimos surfistas lá e o campo é muito competitivo. O consumo aumentou 300% em relação ao 2018 com os QS10000. E isso diz-me que estamos a concentrar-nos nas coisas certas", disse.


Filipe Toledo foi um dos atletas que foi contra o mid-season cut | Créditos de imagem: Pat Nolan/World Surf League

 

O que tem vindo a mudar e o que mostram os números?

Além disso, em termos de streaming, a WSL tem vindo a apostar numa rede de distribuição cada vez mais expansiva. “Estamos com um aumento de 62% em audiência digital e isso é um resultado direto de ampliarmos a distribuição”.

Se o público assume comportamentos diferentes, então a gestão também passa a ser diferente. “Somos um desporto global e podemos estar em qualquer hora do dia. Garantimos que onde quer que o consumidor nos queira, nós estamos lá”, começou por dizer. “A nossa estratégia é aumentar a audiência das maiores formas e quando olhas para o nosso alcance digital no Facebook, TikTok, YouTube e os combinas com os parceiros como, Sport TV, Globo etc, denotas que temos uma distribuição realmente grande e ampla pegada”, acrescentou.

“O nosso modelo é construir e aumentar o maior público, que podemos aproveitar para que nossos surfistas e parceiros exponham e cresçam para criar uma organização sustentável perpetuamente”, finalizou.

Além do aumento do número de audiência e das parcerias, aumentou ainda o tempo de consumo, em 25% em relação a 2019.

“Estamos no melhor começo da história do surf profissional este ano", rematou o CEO.


Estrutura da WSL no Oi Rio pro 2019

Podes ler aqui a entrevista na íntegra


*Por Catarina Brazão

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