Ítalo Ferreira, que há dias fez história ao vencer a medalha de ouro no primeiro ano do surf como modalidade olímpica, tem mais um prémio à sua espera em casa: será construída uma escultura em sua homenagem em Baía Formosa, onde nasceu e onde vive actualmente.

A novidade foi anunciada pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, do Partido dos Trabalhadores.

Esta homenagem, além de marcar um momento histórico na trajectória do surf no Brasil, enquadra-se num debate importante sobre a falta de apoio do Estado brasileiro aos seus atletas que, ainda assim, têm tido um bom desempenho ao longo destes Jogos Olímpicos.

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O caso de Ítalo é representativo desta realidade: não tendo dinheiro para uma prancha, o atleta aprendeu a surfar na tampa de uma caixa térmica do pai.

Debate sobre falta de apoio do Estado também é recorrente em Portugal

Sobre o caso do surf em específico, essa questão fica evidenciada no texto do P3 “Futuro em debate: campeões mundiais, para quê?”, escrito em 2020 pelo surfista João Kopke.  A reflexão discorre sobre a necessidade de “de criar condições para que os jovens atletas não tomem a decisão fatídica de desistir para conseguir sobreviver”.

Numa entrevista para a Surftotal em 2019, o seleccionador nacional de surf David Raimundo realça os mesmos problemas, afirmando que o maior desafio do seu trabalho é “a falta de apoios do estado”. Afirma que “a base da pirâmide” é esquecida, e insiste na importância de investir no desporto para que os surfistas portugueses possam competir “de igual para igual” com os melhores do mundo.