Após uma longa batalha para impedir os planos da empresa Norueguesa Equinor de explorar petróleo ao largo da Great Australia Bight, os australianos podem agora respirar de alivio pois a empresa abandonou os planos de perfuração de petróleo neste que é um dos ambientes oceânicos mais primitivos da Terra.

Segundo a Equinor, a empresa tomou a decisão por o seu plano de exploração não ser comercialmente competitivo.

Desde o anuncio dos planos da empresa em explorar petróleo na Grande Baía Australiana, a comunidade surfista australiana reuniu-se em diversas praias em acções de luta.

Em Março de 2019 milhares de pessoas marcaram presença em Torquay, Victoria, num paddle out histórico contra os planos da Equinor mostrando a sua preocupação com os riscos ambientais que poderiam advir se a empresa obtivesse as devidas autorizações legais.

Contudo, mesmo após várias ações de protesto, em Dezembro do ano passado o plano ambiental da empresa, a segunda das quatro aprovações necessárias antes do início da atividade de perfuração, foi aprovada pela Autoridade Nacional de Segurança e Gerenciamento Ambiental Offshore de Petróleo (NOPSEMA).

Tudo apontava para que a Austrália viesse a assistir a um pesadelo, mas as declarações de Jone Stangeland, gerente da Equinor na Austrália, no comunicado oficial da empresa possibilitam que a comunidade de surfistas, e não só, possa agora respirar de alivio.

 “A aprovação do plano ambiental do poço de exploração Stromlo-1 confirmou a nossa capacidade de operar com segurança no Bight. No entanto, a Equinor decidiu interromper os seus planos de perfurar o poço de exploração Stromlo-1, pois a oportunidade não é comercialmente competitiva ”, disse Jone Stangeland.

A empresa planeava perfurar o seu poço de exploração Stromlo-1 a cerca de 372 quilómetros a sul da costa de Nullarbor e usar uma unidade móvel de perfuração offshore suportada por três navios e dois helicópteros, mas os elevados custos parecem ter sido decisivos levando a empresa a abandonar os seus planos deixando o governo federal desapontado com a decisão.

Já os vários grupos ambientalistas, que temiam a ameaça de um possível derrame de petróleo que poluísse as águas imaculadas das suas belas praias e litoral, receberam a noticia com entusiasmo.

"Isso é fantástico, é ótimo ver a Equinor a seguir a liderança responsável da BP e da Chevron retirando-se das propostas para perfurar no Bight ", disse Peter Owen, diretor da Wilderness Society.

A Greenpeace também se mostrou feliz por assistir a tal decisão descrevendo-a como uma vítória incrível para as comunidades costeiras, proprietários tradicionais indígenas, surfistas, indústria de frutos do mar, operadores de turismo e outras empresas locais.

"A única maneira de proteger as comunidades costeiras e a vida marinha única da Great Australian Bight é descartar a perfuração permanentemente", disse o diretor executivo do Greenpeace Austrália Pacífico, David Ritter.