Uma das muitas fotografias que espalham a mensagem pelas redes sociais Uma das muitas fotografias que espalham a mensagem pelas redes sociais Coastal Watch.com quinta-feira, 28 fevereiro 2019 17:07

Surfistas juntos na luta contra exploração de petróleo na Austrália

O hashtag ,#FightForTheBight, que está a ser difundido pelas redes sociais é a marca de um protesto que ganha força entre a comunidade surfista australiana...

Estes opõe-se à prospecção petrolífera ao largo da Great Australia Bight pela empresa norueguesa Equinor. Nos últimos dias de Fevereiro os surfistas ampliaram a contestação e já se reuniram em diversas praias em acções de luta. Uma das maiores está prevista para este fim de semana em Manly Beach, onde decorre o Vissla Central Coast PRO (QS3000), um evento a contar para o Mundial de Qualificação (WQS).

A iniciativa, que reúne cada vez mais apoiantes, partiu da Great Australia Bight Alliance - grupo defensor da zona costeira da baía com 1.160 km que une as regiões sul e oeste da Austrália. Foi uma reacção imediata ao projecto de exploração divulgado publicamente pela Equinor. Mesmo antes de estar munida das devidas autorizações legais a petrolífera norueguesa anunciou que as perfurações iriam ser feitas a 370 km da costa sul da Austrália e que não iriam implicar quaisquer riscos ambientais.

No entanto, a organização ambientalista considera que a abertura da baía à exploração de petróleo é inaceitável devido às ameaças que lança. Para além do potencial para um derramamento de óleo (que classifica como catastrófico), existem dúvidas sobre os efeitos provocados pelos testes sísmicos, há o risco de poluição sonora causada pela perfuração e pelo aumento de tráfego de barcos para além da possibilidade de contaminação das águas capaz de destruir um ecossistema marinho único.

Alcance de um derramamento de petróleo no Bight, Austrália

A Grande Baía Australiana é um dos ambientes oceânicos mais primitivos da Terra, é o sustento de várias comunidades costeiras, empregos e o palco de inúmeras atividades recreativas. O Bight sustenta as indústrias pesqueiras e de aquacultura no valor de 390 milhões de € por ano (2012–13) e as indústrias de turismo regionais valem cerca de mil milhões de € por ano (2013–14). Ladeado pelo Nullarbor e as maiores falésias contínuas do mundo, o Bight é um paraíso para baleias, peixes, pássaros, mamíferos marinhos, plantas e uma variedade de ecossistemas de invertebrados. A área tem uma riqueza nutricional única que proporciona um habitat específico para inúmeras espécies, incluindo algumas das últimas colónias de leões-marinhos australianos - em extinção. Os cientistas estimam que cerca de 85% das espécies que vivem na Grande Baía Australiana não são encontradas em mais nenhum outro lugar da Terra. O que acontece no meio ambiente desta baía afeta a diversidade do mundo marinho à escala global.

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