Fernando Aguerre, presidente da International Surfing Association e o principal responsável pela inserção do Surfing no programa olímpico, disse em maio que a competição vai ter lugar no oceano, como que a fazer esquecer a especulação dos últimos tempos em torno das piscinas de ondas artificiais e os Jogos Olímpicos. 

No entanto, aparentemente, como já se percebeu, nada disto é garantido. Mais tarde, no final de junho, veio a notícia de que uma piscina com a tecnologia do Surf Ranch está a ser construída na cidade de Kisarazu, em Chiba, que fica situada a meia dúzia de quilómetros do Estádio Olímpico de Tóquio. Upsss. 

Pelo meio a seleção australiana de surf treinou no Surf Ranch e a seleção americana confirmou que a piscina de ondas de Waco, a BSR Cable Park situada no Texas, será o palco de treinos oficial da seleção para os próximos desafios. Alguma coisa os responsáveis devem saber ou suspeitar, mas isto levou a questionar quem irá, efetivamente, assegurar o Plano B para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020?

A alimentar a polémica estão agora as declarações de Stephanie Gilmore, 6x campeã mundial, há dias, ao The Daily Telegraph: 

“Se soubéssemos que era num oceano onde as ondas eram consistentes e havia um reef break perfeito, então eu estaria seguramente de acordo… Mas há tantas zonas sem ondas, que nem têm um oceano. Eu penso que seria bom ser consistente desde o início. Seria estranho coroar um campeão Olímpico no oceano num dos Jogos e depois outro numa piscina de ondas mais tarde. Eu penso que eles precisam começar numa piscina de ondas e continuar. Seria terrível treinar por quatro anos e depois não haver surf.” 

O comentário da australiana não é descabido e até faz algum sentido, pois ninguém quer ver um campeão Olímpico sair de ondas de meio metro. E adiante-se, Stephanie é dos surfistas mais interessantes de observar no Surf Ranch.