Depois de ter garantido presença nos quartos de final do Pro Santa Cruz presented by Oakley, durante a hora de almoço, ao qualificar-se em segundo lugar no heat da ronda 5, eis que Frederico Morais garante também uma vaga nas meias finais deste importante QS3000 frente a Yago Dora. 

O atleta brasileiro, que neste momento é o número 3 do ranking WQS, gastou praticamente 22 minutos (dos 25 minutos de duração do heat) a olhar para a linha do horizonte. Entretanto, Kikas garantiu duas notas importantes, 5.83 e mais tarde 6.73 pontos, esta última sob a prioridade de Dora. 

Com a maré a encher, as ondas começaram a escassear e a ficar cada vez mais raras. Portanto, meter notas no placar, mesmo sabendo que não eram as melhores da sua vida, foi essencial e algo prioritário para assegurar a passagem à fase seguinte. 

Frederico sabia disto e por isso não vacilou. Na sua última onda, a quarta, novamente debaixo da prioridade de Dora, a minutos de soar a buzinadela, o português arrancou novamente para a direita, afiou os “rails” nas águas da Praia da Vigia, deu duas ou três rasgadas, e arrancou uma nota de seis pontos do painel de juízes. Estava substituído o backup e construído o score final: 12.73 pontos. Missão cumprida. 

A dois minutos do fim do heat, Yago Dora lá conseguiu sair a voar, com um enorme reverse air para a esquerda, e saiu até da situação de combinação em que se encontrava. Ficou a precisar de apenas 4.90 pontos para subir ao primeiro lugar e dar a volta à questão, mas, o surfista português, com a prioridade, não deu azo a qualquer mudança no resultado. O português avançou às meias finais, enquanto o brasileiro se despediu do evento. 

Na entrevista pós heat, Kikas começou por falar das condições e do heat em si: "O mar está muito difícil agora, não há ondas, a maré está a encher muito rapidamente, mas, felizmente, consegui controlar o heat. Eu sabia que ia ser difícil, pois o Yago [Dora] está nos lugares da frente do QS, bem posicionado para conseguir a qualificação para o CT. Porém, consegui algumas notas no início e acabei por passar.”

Sobre a sua presença nesta prova, o português esclareceu que espera não precisar do mundial de qualificação para se manter no CT. "Penso que não vou precisar requalificar-me pela Qualifying Series, vai tudo correr bem e isso vai acabar por não ser preciso. No entanto, todas as provas são importantes e todos os pontos contam no final. Um bom resultado aqui é sempre muito importante,” disse ao microfone da WSL. 

Morais falou ainda do facto de competir em Portugal, após meses de ausência: "Estou muito tranquilo, muito feliz por estar em casa, por poder falar português e ver os meus amigos. Até ao momento estou muito contente com o meu surf, as pranchas estão boas, o que é sempre motivador. O essencial é encarar esta prova como um treino."

Chamada de atenção também para os desempenhos do japonês Hiroto Ohhara, que afastou o francês Jorgann Couzinet no primeiro heat dos quartos de final (com 8.50 + 9.40 = 17.90), e para o uruguaio Marco Giorgi que passou por um dos grandes favoritos, o norte-americano Kanoa Igarashi, no Heat 2, por 14.23 a 13.96 pontos. 

No Heat 4 o brasileiro Thiago Camarão dominou com duas ondas na casa dos oito pontos (8.33 + 8.47) e não teve grandes problemas em assegurar a qualificação frente ao francês Marc Lacomare, juntando assim às meias finais através da última vaga que se encontrava disponível. 

A previsão para amanhã não é a melhor que já vimos, com as ondas a descerem para 0.9m, mas o “call” está dado para as 10:00 e na realidade tudo pode acontecer. No entanto, para domingo, espera-se uma forte subida da ondulação e ventos não muito favoráveis. Portanto, é até muito provável que a prova termine já mesmo amanhã. 

Quando a ação retomar, os heats que se seguem, das meias finais, são os seguintes: 

H1: Hiroto Ohhara x Marco Giorgi

H2: Frederico Morais x Thiago Camarão 

Continua a acompanhar, amanhã, a partir das 10h, neste link.