Quando Mohammed Alamgir começou a surfar na sua praia, em Cox’s Bazar, na baía de Bengal, ele deu de caras com um problema: a prática de surf é rara no Bangladesh, um dos países mais pobres do Mundo, e as pranchas de surf mais raras ainda. 

Porém, ele aproveitou uma prancha de um amigo, que havia sido oferecida por um surfista havaiano em viagem, para se iniciar. 

Agora, que o desporto começa lentamente a conquistar popularidade na sociedade e também entre o turismo, o jovem Alamgir, de 24 anos, tem planos para lançar o que acredita ser o primeiro negócio do país dedicado a pranchas de surf - e assim encorajar mais pessoas a praticar a modalidade. No entanto, é de frisar, todas as pranchas são feitas de materiais reciclados. 

Alamgir, que trabalha como nadador-salvador, inspirou-se numa prancha de salvamento - daquelas que vemos regularmente nas praias - para construir o seu primeiro protótipo em material 100% reciclado. Para tal usou um tipo diferente de foam, usado para embalar peças de ar condicionado. 

A oficina fica na sua própria casa e o jovem usou vídeos do YouTube, que descarregou para o seu smartphone, para aprender todos os processos. 

O afogamento é a principal causa de morte de crianças no Bangladesh, mas Mohammed Alamgir está a tentar mudar isso. Filho de um comerciante de camarão e um dos vários nadadores-salvadores que patrulham diariamente a praia principal de Cox’s, Alamgir salvou até este momento 20 vidas graças à sua prancha de salvamento construída em material reciclado. 

Segundo o próprio, a sua prancha de salvamento custou cerca de 185 Euros a fazer, em oposição aos mais de mil Euros que custa atualmente no mercado. Mas ele sublinha: “As próximas pranchas serão ainda mais baratas a produzir."

Neste momento ele já produziu duas pranchas de resgate e oito pranchas de surf, e procura um investidor para que possa tornar o seu negócio viável.