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A arte perdida do 'Mat Surfing'
Surfar 'colchões' insufláveis já foi uma moda.
Um tipo de surf praticado numa espécie de colchão (tapete, ou prancha, se preferirem) insuflável rectangular, muito popular nos anos 60 e princípio da década de 70 para banhistas de fim de semana e crianças com aspirações a serem surfistas. O ‘tapete’ de borracha foi inventado por um físico em 1934 e os colchões - também conhecidos como ‘surf rafts’ ou ‘floats’ - começaram a ser utilizados em Virginia Beach no início dos anos 40 e no sul da Califórnia no final da mesma década.
Era comum alugar colchões em praias famosas de ambas as costas americanas, no início dos anos 60, normalmente produzidos pelo gigante do mercado dos ténis - a Converse. Cada exemplar tinha pouco mais de um metro, com ‘bumpers’ em ambas as extremidades, e uma corda de nylon à volta do perímetro, que servia para manobrar. Um fenómeno que se repetia na época, tanto nos ‘States’ como na Austrália, era ver miúdos a arriscarem colocar-se de pé nos 'mats', o que faria que muitos concretizassem a passagem para as tradicionais pranchas de surf.
Um dos grandes entusiastas desta prática foi o surfista e shaper californiano, George Greenough, reconhecido por ser uma das forças criativas por trás da revolução das ‘shortboards’ no final dos anos 60. Embora fosse visto habitualmente no sua kneeboard, era fã dos colchões, onde surfava a onda completamente deitado, sendo que a proximidade do mar lhe dava maior sensação de velocidade. Outra das vantagens, para George, era o facto de - ao contrário das pranchas de surf - poder divertir-se em todo o tipo de condições. “O engraçado com estes colchões é que são muito fáceis de manobrar num nível iniciado, e muito complicados num nível avançado. Há 40 anos que o faço e ainda estou a aprender coisas”, afirmou Greenough em 2000.
O seu desaparecimento começou com a introdução da prancha de bodyboard Morey Boogie em 1973, que era também muito segura, suave e fácil de manobrar. Mas… não furava nem rebentava. Hoje em dia sobram poucos ‘mat riders’, espalhado pelos EUA e pela Austrália - mas a arte sobrevive!