A história de Tavarua, a ilha em forma de coração
Conhece o essencial sobre o palco da quinta etapa do World Tour…
A idílica ilha de Tavarua, um autêntico paraíso à face da Terra, situada no Hemisfério Sul, detém a forma de um coração e é gerida por uma entidade privada (surf camp & resort). Como se isto não bastasse detém duas das mais desafiantes ondas do globo - Cloudbreak e Restaurants - e serve de paragem para a 5.ª etapa do Championship Tour da World Surf League - o Outerknown Fiji Pro.
A competição profissional do World Tour tem uma forte componente histórica neste pequeno pedaço do Oceano Pacífico, considerado por muitos como o "Club Med do Surf", tendo sido iniciada no longínquo ano de 1999, há cerca de 18 anos, na esquerda de sonho de Cloudbreak. Já as senhoras competem este ano pela décima vez nas águas de Tavarua.
Mark Occhilupo, Andy Irons, Luke Egan, Gabriel Medina e Sally Fitzgibbons são alguns dos emblemáticos atletas que já venceram por lá, mas, outros houve que deixaram a sua marca ao longo dos anos. Melanie Redman-Carr, Sofia Mulanovich, Damien Hobgood, Owen Wright, Keala Kennelly e Megan Abubo são alguns dos que nos saltam à memória.
Em todo o caso, o norte-americano Kelly Slater é que mais vitórias conseguiu até hoje, tendo alcançado o lugar mais alto do pódio em 2005, 2008, 2012 e 2013. Para o próprio, Tavarua e as suas ondas são uma espécie de segunda casa, um local onde gosta de estar e se sente bem.
A descoberta do Surf
Segundo reza a história, embora não seja absolutamente consensual, foram os californianos Dave Clark e Scott Funk, no final dos anos oitenta, os responsáveis por colocar as ilhas no mapa do turismo do surf. Na altura eles montaram um surf camp e asseguram os direitos das ondas.
Porém, um pouco mais tarde, no início dos anos 90, a pressão dos políticos locais quase os levou a vender o negócio. Foi então que Jon Roseman, na altura o gerente do resort, propôs uma parceria com os seus empregados e ajudou a levantar o Tavaura Island Resort para uma nova era.
Desde a fundação do “surf camp” original, a exclusividade dos dois picos próximos do resort, i.e., Cloudbreak e Restaurants, têm vindo a ser alvo de acesos debates. Antes de 2010 o acesso a estes dois picos, considerados de classe mundial, era restrito a residentes e a hóspedes da ilha que se encontrassem no resort. No entanto, em julho desse mesmo ano, por decreto do Ministério do Turismo de Fiji, todos os surfistas poderiam aceder e usufruir de ambos os spots, através de uma ilha próxima, desde que tivessem uma embarcação para o efeito.
A qualidade dos reef breaks cedo apaixonou os fijianos que não perderam tempo a abraçar a prática de surf e a cruzar os tubos pesados e bem redondos das suas ondas. No entanto, é bom que se saiba: surfistas principiantes devem aventurar-se apenas em Kiddieland, uma das ondas da ilha, e ainda assim na maré cheia - caso contrário o reef é capaz de dar uma mordidela.
O episódio de Aaron Gold, um dos nomes fortes do Big Wave mundial, em maio deste ano, não passou despercebida e correu meio mundo. O havaiano quase morreu nas águas de Fiji, após cair numa onda monstruosa, e acabou por ser protagonista de uma das sessões mais comentadas do ano.
Eis algumas das características das ondas:
Cloudbreak (o posicionamento no pico pode ser difícil)
Direção do swell: S a SO
Período: 16 segundos ou mais (longos períodos)
Tamanho: Entre 2 a 20 pés (1 a 5+ metros)
Vento: E, ESE, SE
Maré: Vazia
Melhor altura: Entre maio e outubro
Restaurants
Direção do swell: SSO a SO
Período: 11-15 segundos (períodos médios)
Tamanho: Entre 2 a 6 pés (1 a 2 metros)
Vento: S a SSE
Maré: Meia maré ou meia a vazar
Melhor altura: Entre maio e outubro