Kelly Slater no sítio certo em Pipe. Kelly Slater no sítio certo em Pipe. Foto: Todd Glaser quinta-feira, 03 fevereiro 2022 15:05

Pipeline: A onda mais letal do Planeta

Clica e fica a conhecer um pouco da sua história... 

 

 

 

"Ao longo de décadas, Pipeline foi reclamando muitas vítimas

 

e por isso também conquistou a reputação de

 

o spot de surf mais perigoso do planeta..."

 

 

 

Kelly Slater no sítio certo em Pipe. 

 

 

 

Banzai Pipeline, situada na costa norte de Oahu, uma das 132 ilhas que compõem o arquipélago havaiano do Oceano Pacífico (embora apenas as 8 maiores ilhas sejam habitadas), é desde há muito considerada uma das mais perigosas ondas do planeta. É certo que certas slabs da Austrália, Teahupoo na Polinésia Francesa e outros desafiantes reefs-breaks espalhados pelo globo poderão ter uma palavra no que a este campo dis respeito, destronando até a rainha do Havai. No entanto, contra factos não há argumentos, e esses mostram que Pipeline, ano após ano, continua a registar o maior número de lesões e acidentes

 

A onda é absolutamente linda e cativante, mas ao mesmo tempo feroz e letal. Desde os anos 60 que é a rainha dos tubos para os amantes do surf - e palco do emblemático Pipeline Masters. “Primeiro intimida-nos”, diz Kelly Slater. “Depois encontras a coragem para a enfrentar. Acabas por a descobrir e crescer com o orgulho que daí advém. Mais tarde não pensas noutra coisa."

 

As melhores condições para Pipeline verificam-se quando o swell é orientado de oeste ou noroeste, entre outubro e março, como os restantes spots do North Shore. Por norma, subentende-se que Pipeline é apenas a esquerda tubular. No entanto, esta inclui também a onda de Backdoor, a direita que está “agarrada” à esquerda de Pipe que abre em A-frame quando as condições estão de feição, fazendo com um surfista arranque para a direita e outro para a esquerda, em simultâneo (ou quase). 

 

Pipeline é constituída de vários reefs. Temos a primeira bancada, que é o pico principal, um reef de lava estreito e com algumas rochas pontiagudas, bem como grutas, a cerca de 45-50 metros da costa. A velocidade da onda quando atinge a bancada faz com que resulte no “Pipeline”, um tubo único no mundo, que pode durar, em média, entre cinco a sete segundos. As saídas dos tubos, por norma, apresentam um “spray” (bajo) e a parte final da onda é em fundo de areia que pode, por vezes, afetar a qualidade das ondas. Regra geral, o pico é do mais temperamental possível e apenas quebra, de forma clássica, uma dúzia de vezes ao longo de cada temporada. 

 

Depois temos o segundo reef, a cerca de 75-100 metros, que começa a dar sinal quando a ondulação atinge os 10-12 pés. Com o mar maior, esta bancada permite que os surfistas entrem nas ondas mais cedo, fugindo ao drop rápido e vertical do "main break", preparando pelo caminho o tubão comum da primeira bancada. 

 

A cerca de 200-300 metros da costa, por vezes mais, encontra-se o terceiro reef, conhecido por ser uma onda gorda e mexida, muito poucas vezes surfada. 

 

Ao longo de décadas, Pipeline foi reclamando muitas vítimas e por isso também conquistou a reputação de o spot de surf mais perigoso do planeta. As ondas, por lá, quebram de forma violenta sobre uma bancada rasa de pedra (às vezes com apenas 1 metro de profundidade), são difíceis de ler e o elevado crowd leva a um ambiente tenso e agressivo no line up. Uma má escolha ou risco desnecessário leva a lesões, acidentes e até mortes. Estima-se que todos os anos morra um surfista em Pipeline. Num único dia de dezembro de 1998, por exemplo, verificaram-se 30 lesões. 

 

As opiniões dividem-se quanto ao nome do primeiro surfista a ter por lá surfado, mas crê-se que o californiano Phil Edwards foi efetivamente o primeiro, em dezembro de 1961. A primeira sessão foi sozinho, em ondas de 1 metro, mas no dia seguinte regressou com o filmmaker Bruce Brown, que o filmou em ondas de 6 a 8 pés que acabaram por ser incluídas num dos seus filmes, "Surfing Hollow Days”, lançado em 1962. 

 

Até então o spot era conhecido por Banzai Beach, mas foi Mike Diffenderfer, um shaper da Califórnia, que sugeriu a Bruce Brown que o chamasse de Pipeline depois de dar conta que as ondas pareciam os gigantes cilindros que estavam a ser usados numa obra por perto. 

 

No vídeo que decidimos anexar a esta peça, podemos ver Tom Carroll e Kelly Slater, duas lendas do surf que deixaram a sua marca em Pipeline e ajudaram à evolução, precisamente numa amena cavaqueira sobre este fantástico spot. 

 

 

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