No mais recente episódio do We Shouldn’t Be Friends Podcast, Kelly Slater surge descontraído, franco e surpreendentemente vulnerável ao falar sobre o novo capítulo da sua vida — aquele que vem depois de mais de três décadas a competir ao mais alto nível.

O episódio, lançado a 16 de novembro de 2025, funciona como uma continuação estendida da conversa gravada durante as WSL Finals, mas rapidamente se transforma num retrato íntimo do 11x campeão mundial fora do ritmo frenético do Championship Tour.

Cirurgia adiada, negócios a crescer e a realidade da paternidade:

Slater revela que está prestes a realizar uma cirurgia à anca — um procedimento que adiou durante anos para conseguir terminar a carreira competitiva nos seus próprios termos. Agora, com a CT arrumada, o norte-americano admite finalmente que o corpo exige cuidados urgentes.

Paralelamente, os seus diversos negócios — desde a Outerknown à Slater Designs e aos investimentos ligados à sustentabilidade — ocupam-no como nunca antes:

“Os meus projetos agora obrigam-me a trabalhar a sério”, brinca Kelly, dizendo que a transição para “vida normal” tem sido bem diferente do que imaginava.

E ainda há a paternidade. O surfista fala com orgulho e algum humor da energia inesgotável da filha, que lhe ocupa grande parte dos dias e lhe redefine prioridades.

Uma reforma que não é bem reforma:

Apesar de ser um ícone do surf global e sinónimo de competitividade, Kelly admite que a ideia de uma reforma tranquila — a pescar em Cocoa Beach — não é assim tão distante. Contudo, confessa que ainda não encontrou esse equilíbrio: está algures entre viagens de trabalho, rotinas familiares e o processo de reconstruir um corpo marcado por décadas de performances extremas.

Um Kelly mais humano:

O episódio mostra um Kelly Slater raro: reflexivo, menos focado em rankings e mais em propósito.
Num registo leve e natural, o surfista mais bem-sucedido de sempre deixa uma mensagem clara — a vida depois dos títulos existe, é desafiante e obriga a reaprender tudo desde o zero.

Para quem cresceu a vê-lo dominar Pipeline, Teahupo’o ou Fiji, este é um olhar novo e refrescante sobre quem Kelly Slater realmente é quando desce da prancha.