AÇÃO AMBIENTAL MARCADA NA PRAIA DA AREIA BRANCA
Porque o planeta é de todos, domingo haverá recolha de lixo na praia
No próximo domingo, dia 10 de Agosto, o encontro está marcado na praia da Areia Branca, na Lourinhã, onde se vai realizar várias actividades de caracter ambiental. “Começamos a fazer actividades deste género há quatro anos. A ideia é não só alertar as pessoas para as questões ambientais, que cada vez nos preocupa mais, mas também para todos os perigos inerentes às praias, como a segurança no mar, as arribas, etc”, explicou à SurfTotal Dora Carolo, ex-nadadora-salvadora.
“Não temos tido tantas pessoas como gostaríamos a participar nestas actividades, se bem que quando montámos uma exposição sobre o tema no areal, foram muitos os curiosos que se aproximaram. Onde tivemos mais pessoas, cerca de uma centena, foi na sala de reuniões da pousada, onde passámos documentários que mostram a realidade do nosso planeta”, disse.
Assim, o evento, organizado pela concessão de praia à responsabilidade de Augusto Carolo, tem hora marcada para as 8h30, com a apanha de lixo na praia. Às 15 horas está marcada uma remada ecológica pela preservação dos oceanos.
“Vamos poder contar ainda com a presença de um biólogo que nos vem falar das espécies que habitam na nossa costa e que estão ameaçadas, bem como das ameaças do consumo do plástico”, acrescentou.
Já há alguns anos que os cientistas se têm preocupado com a acumulação de plástico e lixo nos oceanos. A "Grande Ilha de Lixo do Pacífico" é talvez o fenómeno mais comentado e várias toneladas de plástico que dão à costa têm sido alvo de investigação.
Os últimos estudos mostram que milhões de partículas de plástico que flutuam e se acumulam à volta dos cinco oceanos (Atlântico Norte, Atlântico Sul, Oceano Índico, Pacífico Norte e Pacífico Sul), criados por correntes oceânicas circulares, fazem com que os detritos ora se concentrarem no seu centro ora acabem em zonas relativamente próximas.
Todo este lixo acaba por fazer parte da cadeia alimentar de muitos seres vivos marinhos, estimando-se que morram cerca de um milhão e quinhentos mil animais (entre aves a peixes) todos os anos, devido à ingestão de plástico. Quando não morrem, acabam por ir parar às redes dos pescadores e por sua vez, à refeição do ser humano comum.
Andrés Cózar, biólogo espanhol, mostrou pela primeira vez a distribuição real das quantidades de lixo marinho à superfície dos oceanos, no seu estudo “Detritos de plástico em oceano aberto”, divulgado pela revista “Procedings”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA. "Não sabemos o que é que este plástico está a fazer. Se está em algum lugar, na vida do oceano, nas profundezas, ou dividido em partículas finas indetetáveis por redes", disse Andrés Cózar à “National Geographic”.
BS