XHAPELAND: A FÁBRICA DOS SONHOS

Falámos com Chilli, Xenico Vidal, e com Hermano de Menezes sobre este projeto ambicioso



A fábrica Xhapeland, em Cascais, promete ser um passo em frente no panorama da indústria do Surf em Portugal. Baseada numa premissa de qualidade superior, e com as portas abertas para colaborações com outras marcas, a Xhapeland promete fazer evoluir o nível das pranchas produzidas em Portugal, e de Portugal para a Europa. A SurfTotal esteve à conversa com o responsável da XCult, Xenico Vidal, com o reconhecido shaper australiano James Cheal (Chilli) e com o gerente da fábrica, Hermano Cardozo de Menezes, sobre o conceito em questão.



Xenico começou por nos explicar o conceito por trás da Xhapeland: "O projeto surgiu porque a XCult quis abrir uma nova fábrica e dar-lhe este nome. É um projeto onde estamos abertos a ter outras marcas a trabalhar connosco. Damos valor à partilha de recursos, dessa forma conseguimos baixar os preços dos custos de materiais e fornecedores - se as marcas trabalharem juntas. Em Portugal apenas conseguimos isso com a Semente e com o Mika. Senti que não estava a conseguir a qualidade que queria nas minhas pranchas, e conseguimos com a Semente e com o Mika voltar a ter as nossas pranchas no topo. Foi aí que surgiu a hipótese de ir atrás do Chilli (James Cheal). Falei com o ‘Saca’ que me disse que seria complicado, porque o Chilli não trabalhava com a máquina que tínhamos. E foi aí que eu, mais o meu sócio, falámos com a Câmara Municipal de Cascais, e temos agora uma das melhores fábricas da Europa. Comprámos a máquina (a AKU Shaper) e cá está ele, radiante."


Xenico prosseguiu, enumerando as vantagens que a presença do icónico shaper vai trazer para os diferentes intervenientes. "Vamos aprender com ele, vai ser bom para a marca. Vai ser bom para o Chilli ter pessoas de confiança a representar a marca na Europa; vai ser bom para o nosso shaper, que pode trocar conhecimentos com o Chilli. É óptimo para os nossos team riders, e excelente para o Saca que finalmente tem o seu shaper em Portugal."


De seguida, demos a palavra a Chilli, que nos contou como surgiu o seu envolvimento nesta aposta da XCult: "Há muitos anos que falava com o Tiago sobre a possibilidade de ter este projeto em Portugal. Foi uma questão de esperar pelas pessoas certas, e pela máquina certa. Se vais fazer uma coisa, tens de fazer bem", começou por dizer. "A Xcult é uma marca em crescimento, e acredito que podemos crescer juntos."


Sobre o conceito da fábrica, Chilli é claro e conciso: "Pranchas de alta qualidade, num ambiente que permite às pessoas poderem visitar a fábrica e aprender como se faz uma prancha". O australiano tem programadas mais incursões a Portugal, no final de agosto e entre outubro e novembro, com cada estadia a prolongar-se durante três semanas.


Relativamente aos modelos que produz, Chilli deixou uma breve descrição sobre cada um: "Temos a Cherry Pepper, para mar mais pequeno, ideal para principiantes. Depois temos a Rare Bird, que dá para ondas grandes e pequenas. É uma prancha de alta performance que ao mesmo tempo oferece uma excelente flutuação. Outro modelo é a Spawn, a shortboard que os riders do QS e do CT usam. E finalmente a Fader, semelhante à Spawn, com 5 quilhas e um round tail."


Questionado sobre os atletas mais conhecidos a usar as suas pranchas, destacou Tiago Pires como a 'figura de proa'. Mitch Coleborn, atualmente no WQS é outro nome, tal como Laura Enever do WCT feminino, que Chilli descreveu como sendo "fantástica em termos de marketing e redes sociais". Para finalizar destacou o jovem Kobi Clements "um míudo incrível que surfa muito para a idade que tem".


Sobre a relação que mantém com Tiago Pires:
"é uma pessoa incrível, nunca mudou desde que o conheci. Recebe-me sempre bem e faz-me sentir em casa. É um dos meus surfistas preferidos, tem power e um surf sem 'bullshit'."


A primeira prancha que shapeou para Tiago Pires foi na sua fábrica, na Austrália, quando ainda corria no WQS. Desde então afirma que "as dimensões das pranchas do Tiago não mudaram muito, foram mais os detalhes". Chilli considera que Tiago Pires o ajudou a ser um shaper melhor. "A melhor coisa do Tiago é que o feedback dele é sempre sincero. Se ele diz que gosta mesmo de uma prancha, é óptimo. Quando não gosta é frontal"


Sobre o mercado do Surf em Portugal: "
Em Portugal está a rebentar, parece que toda a gente quer surfar e há muitas escolas de surf. As ondas são fantásticas e os próximos anos prometem..."


Hermano Cardoso de Menezes, gerente da fábrica
, desvendou alguns números e projetos sobre a fábrica. "Contruímos esta fábrica a pensar na produção em grande escala de pranchas de surf, windsurf, kite e SUP. Propomo-nos a fazer 5 mil pranchas por ano. Estamos abertos a produzir pranchas de outras marcas e de diferentes shapers. Contamos com a AKU Shaper, provavelmente a melhor máquina de shape do mercado, e temos nas nossas instalações três salas de shape, uma sala de pintura, uma sala de lixa e outra de lavagem e embalagem. Só nos falta a de laminação que está a ser preparada. As encomendas são feitas através da Xcult, ou na página de facebook da Xhapeland.

Fotos e Reportagem: Rui Oliveira




  • Créditos fotos: Rui Oliveira

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