Petroleiro Sanchi afundou-se a 14 de janeiro. Petroleiro Sanchi afundou-se a 14 de janeiro. Foto: Handout terça-feira, 23 janeiro 2018 09:35

Manchas do derrame de petroleiro na China estendem-se por 332 km quadrados

Extensão é três vezes maior que o tamanho de Lisboa... 

 

As manchas de crude causadas pelo derrame do petroleiro iraniano Sanchi, que se afundou no mar Oriental da China, cobrem já uma superfície de 332 quilómetros quadrados, revelaram as imagens difundidas pela Administração Estatal de Oceanos da China. 

 

Esta extensão, três vezes maior que o tamanho de Lisboa, leva a que o afundamento do Sanchi se torne no maior derrame de petróleo no planeta desde 1991 (na altura ao largo de Angola). E isto numa altura em que está a acontecer o ISA World Longboard Surfing Championship, o mundial da disciplina nas águas da baía de Riyue, Hainan, com a presença de 22 seleções de todos o mundo, incluindo uma comitiva portuguesa. 

 

O Governo chinês não fez ainda o balanço do impacto para o ambiente. Nos últimos dias, o tamanho das manchas tem variado: na sexta-feira fixou-se em 260 quilómetros, no sábado encolheu para 199 quilómetros e voltou depois a aumentar.

 

Na sexta-feira, as autoridades chinesas referiram a possibilidade de trazer à tona o petroleiro, de forma a travar o derrame. O Governo não voltou, no entanto, a referir essa possibilidade e supõe-se que o Sanchi, que tem 274 metros de comprimento e está afundado a 115 metros de profundidade, continua a libertar crude.

 

Especialistas apontam que a embarcação teria 1.000 toneladas de petróleo quando se afundou, em 14 de janeiro, a cerca de 530 quilómetros a sudeste da costa de Xangai, depois de oito dias a arder.

 

 

O petroleiro colidiu a 6 de janeiro contra um cargueiro de Hong Kong. Na altura, o Sanchi transportava 136.000 toneladas de condensado, um petróleo ultraleve, muito inflamável, mas que se evapora e arde com facilidade.

 

Boa parte desse carregamento ardeu durante o incêndio, que ao longo de uma semana consumiu a embarcação. Mas teme-se que o que está a ser derramado seja o combustível da embarcação, que é muito mais contaminador e difícil de limpar.

 

Nenhum dos 32 tripulantes do barco foi resgatado com vida - e apenas três corpos foram encontrados até ao momento. Organizações de proteção do ambiente temem que esta seja uma das catástrofes ambientais mais graves dos últimos anos, já que o mar Oriental da China é um dos espaços marítimos mais ricos e produtivos do planeta - servindo, inclusive, de ponto de passagem para muitos animais migratórios como, por exemplo, as baleias.

 

Infelizmente, como última nota, embora este derrame seja uma verdadeira catástrofe, representa apenas uma ínfima parte num mar por si só já demasiado poluído. Todos os dias, de acordo com os registos, as descargas de rios circundantes poluem mais do que este desastre ecológico. 

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