TERESA ABRAÇOS PUXA POR NACIONAL DE SURF EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Teresa Abraços volta a dar uma mão ao Campeonato Nacional de Surf de São Tomé e Príncipe que já vai na 4ª edição…

 

Realizou-se no passado fim de semana o 4º Campeonato Nacional de Surf e Bodyboard de São Tomé e Príncipe, na vila de Santana, a sul de São Tomé. Pelo terceiro ano consecutivo, a ex-campeã nacional de surf, Teresa Abraços, uma das primeiras mulheres a fazer surf em Portugal, teve um duplo papel neste evento como coorganizadora e também juiz. A Surftotal aproveitou para lhe pedir a sua perspetiva sobre este campeonato bem como do surf são-tomense.

 

Como é que correu o campeonato?

Teresa Abraços: Correu muito bem, contou com 29 inscritos no  surf e 15 no bodyboard, provenientes das quatro principais comunidades de surf santomense: Santana, Porto Alegre, Ribeira Afonso e Praia Melão. Os participantes tinham idades entre os 10 e os 22 anos. Para além do surf e do bodyboard, houve muita festa, com música e dança.

 

"Imagino como seria o surf dele [do Jéjé] se tivesse a chance

de viver em Portugal e tivesse acesso a um programa de treinos"

 

E o que achaste do nível técnico dos surfistas e bodyboarders?

TA: É espantoso observar o seu ritmo de evolução, especialmente dos surfistas. São “atletas natos” que vão aprendendo as manobras pela net – eles acompanham avidamente o circuito mundial de surf! Felizmente, contam também com o apoio de dois surfistas portugueses que vivem cá em São Tomé, o Paulo Pichel e o Miguel Ribeiro, que vão transmitindo todas as dicas.

 

Na tua opinião quem mais se destacou?

TA: O Jéjé, campeão consecutivo nos últimos três anos. Às vezes, quando o vejo surfar, imagino como seria o surf dele se tivesse a chance de viver em Portugal e tivesse acesso a um programa de treinos. Para além dele, há também o Laspik, que ficou em 2º lugar, o Danilk, o “Preto”, o Zito, entre outros. Estes são todos de Santana. Mas há também o Chun, de Porto Alegre, que é sempre candidato a um lugar no pódio.

 

"São atletas natos que vão aprendendo as manobras pela net.

Eles acompanham avidamente o circuito mundial de surf!"

 

Como é que o surf é visto em São Tomé?

TA: Vê-se que o surf começa a tornar-se um desporto importante em São Tomé. Por exemplo, nos dias anteriores ao evento, o canal de televisão santomense exibia com frequência, em horário nobre, um anúncio ao campeonato. Este contou com dois patrocinadores locais de peso, a marca Moche (da CST – Companhia Santomense de Telecomunicações) e o Pestana Hotel Group. Há também uma marca portuguesa a apostar forte aqui em São Tomé, a Xhapeland. Em termos institucionais importa referir o papel de coorganizadora da Federação Santomense de Canoagem e Surf.

 

Por fim, que tal as ondas?

TA: Santana é, provavelmente, a melhor onda de São Tomé. Trata-se de um point-break de direita que vai contornando a falésia e permite várias manobras. Há ainda as ondas da ´Voz da América´, Porto Alegre e Ribeira Afonso, todas também em formato point-break. Os beach-breaks, como Sete Ondas e Água-Izé, não são tão bons, mas em compensação são muito consistentes.

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