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Oney Anwar - o surf indonésio à conquista do mundo
Oney Anwar, um dos melhores surfistas Indonésios da atualidade, em entrevista à SurfTotal.
Oney Anwar é um surfista local de Lakey Peak, Sumbawa, cujo estilo de surf atraiu a Rip Curl, equipa onde está desde 2003 - quando tinha apenas 10 anos. Com várias vitórias em eventos locais, Oney mudou-se de armas e bagagens para a Austrália, ao abrigo do programa de desenvolvimento Rip Curl International Grommet. A sua meta é ‘simples’: ser o primeiro surfista indonésio no WCT. Entre os seus melhores resultados desta época estão o 5º lugar no Quiksilver Pro Casablanca, e uma final no Vans Pro, onde terminou na 4ª posição. Enquanto persegue este sonho, Oney Anwar mantém-se atento ao mar que é o seu: o do arquipélago mágico da Indonésia. Em entrevista à SurfTotal, Oney conta como tem sido a adaptação à realidade australiana.
Oney, decidiste, com o apoio de patrocinadores e família, mudar-te para a Austrália. Consideras que foi um ponto de viragem como surfista, e como pessoa?
Sem dúvida, deixar o meu país e família para trás obrigou-me a adaptar e amadurecer rapidamente, mas é a melhor oportunidade que poderia ter tido. Aprendi sobre todo o tipo de condições de surf, conheci pessoas incríveis que me têm ajudado a avançar com a minha carreira e a conseguir a autorização para viver na Austrália. Já sou ‘aussie’, mate!
Agora, à distância, consegues ver a Indonésia de outra perspectiva. Que diferenças encontras culturalmente?
Há muitas diferenças culturais. Foi um choque comer cereais ao pequeno-almoço e bifes ao jantar quase todas as noites. Demorei um pouco a adaptar-me, mas agora já é tudo normal para mim. Mas quando estou a viajar ou na Austrália, sinto falta do estilo de vida descontraído da Indonésia.
E em relação à cultura de surf na Indonésia, como a comparas com a do mundo ocidental?
Há diferenças na cultura de surf. Na Indonésia tentamos respigar toda a gente na água, mas acima de tudo os locais. Na Austrália, em particular em Snapper, não sabes bem quem são os locais e toda a gente ‘queima’ toda a gente.
A tua experiência na WSL, perseguir o WCT… que lições tens retirado desta aventura?
É um sonho tornado realidade, ter a oportunidade de competir no WQS e lutar por um lugar no Tour, mas nunca me esqueço de onde venho e sinto-me grato por ter esta oportunidade épica, espero inspirar outros miúdos na Indonésia a fazer o mesmo.
A Indonésia é o maior arquipélago do mundo, com as melhores ondas. Achas que o povo indonésio trata bem o oceano?
Acho que é preciso haver mais educação sobre o oceano e os ecossistemas. As pessoas precisam de compreender o impacto que a poluição tem nos oceanos, nos animais e até na água que chega até nós. Adorava ver o governo envolvido em mais projetos para educar a população local sobre como se desfazer do lixo. Os surfistas indonésios têm tido muita importância neste movimento, com limpezas de praia e programas para reduzir o uso do plástico.