José Bruschy: "Para os surfistas do Norte é mais difícil ter apoios"

Tomou contacto com o Surf há 7 anos e desde então nunca mais o deixou… 

 

José Bruschy é natural do Porto, mas também um dos novos valores com que o Surf Português pode contar. Entre as várias participações em que esteve envolvido esta temporada, a vitória alcançada na 3.ª etapa no Circuito de Surf do Norte, prova realizada na Praia Internacional do Porto, onde levantou o troféu na divisão Sub-16 e alcançou o maior score de toda a prova (15.00 pontos), foi, sem dúvida, a prestação que mais atenção chamou. 

 

Assim, sem mais delonga, eis o que o jovem surfista nortenho, de apenas 14 anos, nos contou um destes dias. 

 

A tua pontuação foi a mais alta de toda a 3.ª etapa do Circuito de Surf do Norte. Conta-nos um pouco o porquê de teres conquistado tal feito. Que fator ou fatores fizeram com que isso acontecesse?

José Bruschy: Eu tenho treinado para que os resultados apareçam, portanto, as boas pontuações apenas mostram que os treinos estão a resultar.

 

O que consideras fundamental para um jovem surfista nos dias de hoje fazer para que possa evoluir o seu surf de rail e o seu nível de surf em geral?

Tentar surfar ondas variadas, ter treinadores que ajudem a melhorar a cada surfada, e ter ainda treinos físicos. 

 

“Estou a tentar começar o caminho para uma carreira no Surf"

 

- A usar o "backhand" para levar de vencida a 3.ª etapa do Circuito de Surf do Norte. Foto: Tó Mané

 

Sabendo que és local do Porto e filho de um dos talentos das gerações primordiais de surf na Invicta, como tens visto o crescimento deste estilo de vida pelo Grande Porto?

Sim, o meu pai faz surf e tenho mais surfistas na minha família. Também muitos dos amigos do meu pai fazem surf. O estilo de vida do surf sempre fez parte, mas noto agora que não pára de crescer! 

 

Qual consideras ser o polo fundamental dessa evolução?

Eu acho que a presença constante do surf nos meios de comunicação, o “Kikas", o “Saca", as lojas, juntamente com as escolas de Surf, e, concretamente no Porto a proximidade da praia de Matosinhos, faz a popularidade aumentar. 

 

Consideras-te um surfista que está a despontar para uma carreira potencialmente profissional? 

Sim! Eu estou a tentar começar o caminho para uma carreira no surf! Este ano estou empenhado no Nacional de Sub-16 e, para já, estou em 1.° no Cicuito de Surf do Norte. Tenho participado em provas de outros circuitos regionais, fui ao Pro Júnior da Costa de Caparica, quero participar na Liga MEO Surf e fazer mais Pro Juniores! Ao mesmo tempo tenho estado a frequentar os estágios da Federação Portuguesa de Surf para o ISA. 

 

“Para os surfistas do Norte é mais difícil ter apoios"

 

 

- A voar sobre as ondas portuenses, o palco habitual de treinos. Foto: Ricardo Ventura

 

Sentes que há espaço para esta atividade para os surfistas da tua região?

Sim, acho que na região norte há espaço, depende da ambição dos mais novos, que estão a entrar em grande número nos campeonatos do Circuito de Surf do Norte. 

 

Como é procurar apoios? O que sente um surfista de 14 anos sobre o interesse das marcas de dentro e fora do surf no apoio aos jovens surfistas da sua área?

Os apoios têm sido sempre um problema, para os surfistas do Norte é mais difícil ter apoios. Eu, para este ano, consegui reunir alguns apoios, e os resultados também têm ajudado. Tenho o apoio da ORG Surboards, que me apoia há já 4 anos, a El Niño, e a Predial Parque.  

 

A tua viagem de sonho, já foi concretizada? E a tua manobra de sonho, qual é?

Não! Ainda não fiz nenhuma viagem. A manobra de sonho vou eu inventá-la! 

 

Quais os surfistas que admiras mais em Portugal? E internacional? Porquê?

Em Portugal o Kikas é a inspiração. A nível internacional o Adriano Souza, pelo trabalho, e Jordy Smith. 

 

Última mensagem?

Apostem no Surf do Norte!

 

- José Brushy à sombra num dia de muito calor. Foto: Marcelo Martins

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