Miguel Inácio: "Temos feito um crescimento sustentado e dado sinais de capacidade organizativa"

Balanço final do Caparica Primavera Surf Fest é feito pelo Diretor Desportivo… 

 

De 6 a 15 de abril as águas a sul do Tejo voltaram a animar-se com o Caparica Primavera Surf Fest. Além do Desporto Escolar, dos Regionais e dos eventos de cariz Nacional, a terceira edição do festival revelou ainda boa música todos as noites e uma série de eventos da World Surf League - Pro Junior, Longboard e Qualifying Series - que não passaram despercebidos dos amantes do surf. Miguel Inácio, o Diretor Desportivo, faz-nos hoje o balanço final. 

 

Surftotal: Uma vez terminada a fase crítica de organização e promoção do Caparica Primavera Surf Fest, quais são as tarefas diárias do Miguel Inácio à medida que o evento se vai desenrolando?

Miguel Inácio: Bom, esta será talvez a parte mais agradável de todo o processo, pois estamos na praia e vemos surf. É o culminar de alguns meses de trabalho árduo e de muitas reuniões. Fazemos os "check in" diários e vamos gerindo as coisas ao longo do dia.

 

ST: E que balanço faz do Primavera Surf Fest deste ano até ao momento?

MI: O Primavera Surf Fest vai na terceira edição e, embora os dois primeiros anos tenham contado com boas ondas, a verdade é que também tivemos dias difíceis de temporais e muita chuva, algo que para uma organização é sempre sinal de um dia difícil. Este ano esteve sol, calor, ondas e o festival esgotado em todas as noites. Assim as coisas tornam-se bastante mais fáceis…

 

“Já estamos perto dos 20 anos desde que tudo começou"

 

O que significa para o Miguel Inácio a concretização, uma vez mais, do Primavera Surf Fest na Costa de Caparica?

A primeira vez que fizemos uma prova da ASP, agora WSL, foi no ano 2000, ou seja, já estamos perto dos 20 anos desde que tudo começou. As coisas agora estão diferentes, Existe uma uma organização por detrás deste Festival e com a Câmara Municipal de Almada associada as coisas tomaram proporções diferentes.  

 

O que diria que a organização melhorou no evento deste ano tendo por base o que aprendeu com eventos passados?

Acho que não mudou muita coisa, o que mudou foi a forma como a própria Autarquia percebeu a importância do surf e o que pode fazer crescer o turismo e a promoção da Costa de Caparica. O importante é criar condições e estruturas para alavancar tudo isto, para a promoção e desenvolvimento do turismo e criar bases para o desenvolvimento desportivo dos atletas da região. Caso contrário podemos correr o risco de transformar o evento numa espera de fogo de artifício que acaba no último dia. As coisas estão a mudar, na cerimónia de abertura do evento o Presidente da CMA anunciou a concretização de uma parceria com a Escola da Costa de Caparica que vai permitir a todos os alunos da região a prática de Surf de uma forma gratuita. Projecto este lançado e implementado já a partir da próxima semana com o arranque do terceiro trimestre. Esta nova forma de ver as coisas tem criado todas as condições para a realização de bons eventos desportivos e culturais.

 

"Temos feito um crescimento sustentado

e dado sinais de capacidade organizativa"

 

O facto do Primavera Surf Fest incluir provas de diversas divisões da WSL é claro sinal de confiança por parte dos organizadores do Tour Mundial neste evento. Que mais valias é que o Primavera Surf Fest e a Costa de Caparica apresentam para os campeonatos da WSL?

A data do Primavera Surf Fest é por si só um sinal de confiança da WSL. É o arranque do Pro Junior Europeu e um período de férias em toda a Europa. É uma data importante no calendário da WSL e sinal de que estamos no caminho certo. Temos feito um crescimento sustentado e dado sinais de capacidade organizativa. A prova disso é a resposta que a WSL nos tem dado.

 

Quais são os principais desafios à organização do Primavera Surf Fest, sobretudo tratando-se de um evento que acolhe tantos desportos e ainda muitos concertos?

A logística envolvida é o principal desafio. Todos os dias é um evento diferente com muita coisa a acontecer tanto de dia como à noite. Este ano, além de todos os outros acontecimento, tivemos 12 competições desportivas e 6 dias de espetáculos. 

 

"Não podemos esconder o desejo de trazer uma

prova com os melhores surfistas do mundo"

 

De que forma é que vê a música aproximar-se do surf e vice-versa, que faça com que este evento privilegie uma relação simbiótica entre ambos?

A música e o surf sempre estiveram de mães dadas. A música serve o surf para fazer promoção à componente desportiva e vice-versa. A ideia, além da promoção turística da região, é criar um evento que possa ser um destino para os jovens que, em férias escolares, procuram destinos no estrangeiro para passar estas duas semanas.

 

O que é que ainda não viu acontecer no Primavera Surf Fest que gostaria de ver concretizado? 

A ideia do Festival, como já disse, é a promoção turística da Caparica e uma mostra de tudo aquilo que se faz na região em termos de desporto de ondas e skate, mas não podemos esconder o desejo de trazer uma prova com os melhores surfistas do mundo. Portanto, estamos a trabalhar para isso e em conjunto com os nossos parceiros vamos concretizar, criar um melhor e maior evento para 2018.                             

 

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