O Cascais Billabong Pro acabou para os portugueses. Não sem antes terem dado alguma luta. Neste terceiro dia do evento (segundo com prova a decorrer), Nicolau von Rupp, Marlon Lipke,Tomás Fernandes e Frederico Morais tiveram de dizer adeus àquele que é o sexto evento do calendário Prime da ASP, último da liga europeia da ASP e última etapa do Moche Cascais Trophy.

O dia começou com os 4 últimos heats do round 1, e a segunda fase da prova (ficou apenas por realizar o último heat do 2.º round devido às difícieis condições do mar). Nic von Rupp foi o primeiro português a entrar na água, mas com um mar muito complicado e condições muito difíceis não foi além do 3º lugar, mas ficou bem perto do 2º. O surfista da Praia grande fez um score de 7,56 pontos (em 20 possíveis), sendo que em segundo ficou Charles Martin (GLP) com um score de 7.84 pontos. O vencedor do heat foi Mitch Crews (AUS) com 13.50 pontos. Em último ficou Evan Geiselman (USA) com 6.86 pontos.

Em declarações à SurfTotal, Nicolau confessou que as ondas estavam difíceis, embora adiante que “isso não é desculpa”. “Mas é assim. Umas vezes ganha se por 0,30 pontos ou 0,10 e outras perde-se por 0,30 e desta vez calhou-me a má sorte. Mas cabeça para cima, o próximo evento é já no Havai. Continuo motivado, e espero tirar o melhor resultado”, disse o luso-germânico que anunciou recentemente que vai passar a competir por Portugal na ASP.

Aliás, a propósito desse anúncio, o atleta, que este ano foi eleito o surfista europeu do ano pela Eurosima (prémio atribuído ao atleta mais mediático), confessou que nos 15 anos que representou a Alemanha sentiu sempre muito apoio dos media portugueses. “Não estou à espera de um melhor tratmento no futuro, não vejo como me possam tratar melhor do que sempre têm tratado”, disse.

Também nas redes sociais, Nicolau confessou ter recebido nos últimos tempos muito apoio dos fãs. “Hoje em dia as redes sociais são uma grande motivação, a Internet dá-nos uma grande força para ver como as pessoas querem que tiremos um bom resultado”.

Mais tarde, no heat 5, o outro luso-germânico em prova, Marlon Lipke, ficava em 4º lugar no heat (com 7,74 pontos), vencido pelo francês Maxime Huscenot. Em segundo, nesta bateria ficava CJ Hobgood (USA) e em 3º, também eliminado da prova, Ryan Callinan (AUS).

No heat seguinte entrava Tomás Fernandes. O surfista da Ericeira que ontem tinha conseguido vencer uma bateria com Tom Whitaker e CJ Hobgood, não conseguiu repetir o feito hoje contra o irmão gémeo deste último. Tomás terminou o heat em quarto lugar com 4,77 pontos, antecedido de Cory Arrambide (USA). Ambos acabaram por ser eliminados, sendo que seguem para a fase seguinte Jay Thompson (AUS) e Damien Hobgood (USA).

“O heat correu-me mal, as ondas estavam muito difíceis, não consegui apanhar ondas boas sequer. No geral, o meu heat não teve grandes scores, os outros atletas também não fizeram nada de especial. Mas agora é trabalhar para a próxima e espero que seja o primeiro de muitos e que para o ano corra melhor”, disse à SurfTotal, depois de sair da água. Ainda assim para o wildcard esta foi uma experiência “excelente”. Tanto o público como as ondas ou a organização foi tudo excelente. E claro, ter passado o heat com CJ e o Tom... fiquei muito contente. Mas as derrotas são como vitórias. Para o ano há mais”, concluiu confiante.

O último português a entrar na água foi Frederico Morais. Depois de ter eliminado Kelly Slater num heat do Moche Pró Portugal by Rip Curl, tudo se esperava deste atleta do Guincho. Contudo, as condições do mar, ao final do dia de hoje não facilitaram mesmo a vida a Kikas. Fredrick Patacchia (HAW) foi o grande vencedor da bateria com 15,40 pontos, ficando Jadson André (BRA) em segundo. Fora da prova ficam assim Jesse Mendes (BRA), em 3º no heat, e Frederico Morais, em 4º e com um score de 11.67 pontos.

Em destaque no dia de hoje esteve Gabriel Medina, que deu show de aéreos na água, no 3.º heat do segundo round. O brasileiro alcançou o score mais alto da prova até agora: 18,94 pontos (em 20 possíveis), resultante de uma combinação de uma onda que lhe valeu 9.77 pontos e outra 9.17.

Para a fase seguinte (3º round – no loosers round) seguem assim, para já (pois ainda falta concretizar o último heat do 2º round), os brasileiros Gabriel Medina, Willian Cardoso, Jadson André, Thiago Camarao e Alejo Muniz; os australianos Adam Melling, Mitch Crews, Bede Durbidge Jay Thompson, e Wade Carmichael; os havaianos Kiron Jabour, Granger Larsen e Fredrick Patacchia; os norte-americanos Tanner Gudauskas, Conner Coffin, CJ Hobgood e Damien Hobgood. E ainda Carlos Munoz (CRI), Charles Martin (GLP), Jonathan Gonzalez (CNY), Maxime Huscenot (FRA) e Travis Logie (ZAF).

De recordar que o resultado deste Cascais Billabong Pro será decisivo para a qualificação de alguns surfistas para o World Championship Tour 2014, para determinar o campeão Regional da ASP, e ainda para saber quem leva para casa os 50 mil dólares referentes ao Moche Cascais Trophy. 

A prova tem call marcado para amanhã às 10h30 para avaliar as condições do mar, mas em princípio, tudo indica que será layday.