Mafalda Lopes e Marco Mignot são os grandes vencedores do Caparica Surf Fest, 6.ª e última paragem do mundial de qualificação europeu, que terminou hoje na Praia do Tarquínio/Paraíso, na Costa da Caparica. Com um swell mais pequeno do que nos restantes dias e ondas até um metro realizaram-se hoje as 6 https://wdrv.it/673a2fd17das meias finais e da final feminina e masculina, com grandes performances e duas finais para recordar. 

Mafalda Lopes 

No feminino, a surfista da Costa de Caparica Mafalda Lopes foi a grande vencedora, e em casa. Diante da experiente Pauline Ado, Mafalda Lopes cedo se destacou com uma onda de 8,33 pontos (em 10 possíveis), que complicou a vida à francesa, que já competiu entre a elite do surf mundial. E como se não bastasse, a onda de ‘back up’ de Mafalda foi de 8 pontos. A pouco tempo do fim, Pauline Ado estava a precisar, basicamente, de fazer uma onda perfeita, de 10 pontos, para passar para a frente da bateria e vencer a etapa. Mafalda Lopes somou assim um score total de 16,33 pontos (em 20 possíveis), enquanto a francesa não foi além dos 12,33 pontos. “Estou muito feliz, estava mesmo a precisar disto e quero agradecer a todos, não há palavras para descrever”, disse Mafalda assim que saiu da água, ainda muito emocionada.

“Já tinha feito a final uma vez, é um lugar tão especial onde aprendi a surfar, estou feliz por o prémio ficar por cá”, acrescentou a surfista portuguesa que, no currículo, traz o título de campeã europeia júnior em 2019, tendo sido também campeã europeia de sub-18 do Eurosurf, em 2016, e vice-campeã europeia Sub-18 no Eurosurf, em 2018. Pauline Ado termina assim no 2.º lugar “Estou feliz por fazer mais uma final em Portugal, mas a Mafalda esteve muito bem. Adoro este lugar, estou super entusiasmada por seguir agora para a Austrália”, disse a francesa no pódio.

Em terceiro lugar neste Caparica Surf Fest ficou a campeã mundial júnior Francisca Veselko, que tinha mostrado uma excelente performance durante toda a prova e que já está apurada para o Challenger Series. Naquela que foi a primeira bateria do dia, das meias finais, a surfista de Carcavelos perdeu diante de Mafalda Lopes, e termina assim no terceiro lugar do pódio.

Também Yolanda Hopkins ficou pelo caminho na segunda meia final do dia, perdendo diante da francesa Pauline Ado, e ficando na 3.ª posição. Yolanda, que continua em busca da primeira vitória numa prova em Portugal, conquistou o seu primeiro título QS regional depois de uma temporada muito consistente, onde venceu três etapas, em Inglaterra, França e Marrocos. “Ser campeã europeia é incrível. Já queria este título há alguns anos. Sempre quis estar no CT, por isso ter esta primeira experiência foi incrível. O meu objetivo é qualificar-me para o CT e para os Jogos Olímpicos este ano. Acho que é possível e vou continuar a trabalhar arduamente e dar tudo para representar Portugal”, disse a surfista algarvia.

Prova Masculina:

Vasco Ribeiro

Na prova masculina, Marco Mignot defrontou o português Vasco Ribeiro, numa bateria com excelente ondas e pontuações. O francês começou muito bem e durante todo o heat da final deu um verdadeiro show, uma grande performance, ao seu melhor nível. A primeira onda do francês foi pontuada com 7 pontos, uma onda que acabou por descartar (bem como outras três ondas acima dos 7 e 8 pontos), tendo em conta que fez um total de 13 ondas durante os 30 minutos da bateria. A poucos minutos do fim, Vasco ainda respondeu com uma onda de 8,27 pontos, ficando a precisar de 9,53 pontos para passar para a liderança. O francês, que se sagrou campeão europeu ao vencer a bateria das meias finais, somou assim um score total de 17,80 pontos, contra os 15,40 de Vasco Ribeiro.

 

“Surfar contra o Vasco nunca se sabe o que pode acontecer... ele é uma inspiração para mim desde que sou pequeno... Ele ajudou-me muito. O Vasco é uma lenda em Portugal, por isso estou muito feliz de partilhar um heat com ele. Foi uma semana incrível na Caparica. O meu coração está a bater muito rápido. Hoje quando acordei, vi as ondas mais pequenas, mas ainda assim estava preparado”, disse Marco Mignot que tinha feito a melhor onda de todo o evento: 9,83 nos quartos de final, diante do francês Joan Duru.

 

 Marco Mignot

Vasco, que foi campeão europeu em 2021 e campeão mundial júnior em 2014, termina assim a prova no 2.º lugar, depois de na bateria das meias finais ter eliminado Justin Becret. “Estou de volta e a sentir-me bem. É ótimo voltar as finais e sentir-me bem mas é bom estar de volta”, disse Vasco Ribeiro, no pódio.

De recordar que, ao chegar à bateria das meias finais, Marco Mignot se sagrou campeão europeu. “Não sabia que tinha de chegar a este heat para ser campeão. No início, estava a lutar por um lugar no Challenger Series e agora sou campeão. Estou sem palavras. É resultado de muito trabalho e dedicação. Quando tens um sonho e estás obcecado com esse sonho, fazes acontecer. Não devemos duvidar de nós, por muitos erros que façamos, temos lições que vamos aprender, mas vamos sempre conseguir se acreditarmos”, disse o surfista francês de 22 anos.

Vagas para os Challenger Series definidas / Masculino: (Frederico Morais está dentro)

Depois daquela que foi a última etapa do mundial de qualificação europeu, estão assim definidas as vagas para o Challenger Series que decorre entre maio e outubro. No masculino, estão confirmados os franceses Marco Mignot, Kauli Vaast, Tiago Carrique, Jorgann Couzinet, Justin Becret, Marc Lacomare e o surfista basco Adur Amatriain. Qualificados estão também os franceses Gatien Delahaye e Joan Duru, devido aos resultados obtidos no Challenger de 2022 (ficando dentro do Top 20). Também Frederico Morais tem vaga garantida como surfista do CT em 2022 que não se conseguiu requalificar.

Vagas para os Challenger Series definidas / Feminino: ( 4 mulheres Portuguesas dentro)

No feminino, há toda uma armada lusa apurada para o Challenger: Além das portuguesa Yolanda Hopkins e Carolina Mendes que terminaram no top 4 do QS, teremos ainda Teresa Bonvalot que se requalificou através do ranking Challenger de 2022 (dentro do Top 10) e Francisca Veselko, graças ao título de campeã mundial júnior. De resto, estão também qualificadas a francesa Pauline Ado e a surfista basca Ariane Ochoa, que terminaram no top 4 do ranking, bem como Vahine Fierro que se qualificou pelo mesmo motivo que Teresa Bonvalot. A WSL Europa vai ainda oferecer dois wildcards (a um homem e a uma mulher) que serão anunciados em breve. A primeira etapa do Challenger Series, o Boost Mobile Gold Coast Pro Presented By GWM Gold Coast, decorre de 6 a 13 de maio na Gold Coast, Austrália.