PANDEMIA REFORÇA URGÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO NO ENSINO DE SURF
Diz a AESDP...
Este ano, Portugal assistiu a um aumento do número de praticantes de surf. Este aumento do crowd é uma realidade que é normal no desenvolvimento do desporto, mas a pandemia de covid-19 veio acelerar este aumento após o confinamento, levando a que mais pessoas escolhessem o surf como modalidade desportiva em relação a outros desportos por ser um desporto individual e praticado ao ar livre.
Num texto partilhado no site da Associação de Escolas de Surf de Portugal (AESDP), a entidade refere que este aumento de praticantes é bem visível e veio contribuir para agravar a já complexa problemática da sobrecarga dos recursos naturais que são as ondas, salientando a urgência de regulamentação no ensino de surf uma vez que esta desregulação coloca em causa a segurança e potencia o conflito entre utilizadores.
“Estamos prestes a entrar num ano que será particularmente desafiante para a nossa atividade. Se a incerteza relativamente ao futuro não estivesse já mais do que instalada, fruto das consequências da pandemia, o ano de 2021 será ainda marcado por mudanças radicais ao nível da gestão das praias, competência que será transferida das 20 Capitanias para os 50 Municípios costeiros de Portugal Continental.” – diz a AESDP.
Segundo a Associação, uma vez que a legislação se mantém inexistente, podemos esperar 50 novos conjuntos de regras, requisitos e critérios de licenciamento, definidos individualmente por cada Município, o que irá resultar num cenário confuso em que “ninguém irá compreender o que é ou não permitido, tal será a multiplicidade de regulamentos de praia para praia.”
A AESDP acredita que a solução poderá passar pelo Grupo de Trabalho Interministerial para o Acompanhamento da Animação Turística, um grupo criado recentemente que reúne todos os órgãos públicos e governamentais que têm competências sobre esta matéria.
Muito precisa de ser visto e decidido de forma a que o surf possa evoluir da melhor forma e a união de todo o sector será absolutamente essencial, para poder em conjunto contribuir para a definição das regras que serão aplicadas à sua própria atividade. Caso contrário, essas regras serão definidas por estas entidades, longe da praia e sem conhecimento prático das necessidades dos operadores, com consequências certamente negativas para todos, como refere a AESDP.
Podes consultar o texto da Associação aqui.