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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE SURF CELEBRA 25 ANOS
FPS: 25 anos de uma história de sucesso
Foi a 14 de Março de 1989 que um grupo de entusiastas do surf, onde se destacam nomes como Antero dos Santos, Nuno Jonet, José Braga, Pedro Melo, Álvaro Costa ou Rui Félix, oficializaram a fundação da Federação Portuguesa de Surf.
Vinte e cinco anos volvidos, Antero dos Santos, federado número 1 e o primeiro presidente da FPS, recorda os primeiros tempos de uma instituição que procurava regular uma modalidade desportiva que era vista pelos poderes vigentes como um passatempo de “marginais e drogados”.
“Tive uma discussão com um responsável da então Direcção-Geral dos Desportos [entidade percursora do IPDJ] e ele teve o descaramento de dizer que ‘o surf era para os drogados’. Fiquei furioso pois o intuito do Desporto e da nossa Federação era, precisamente, entre outras coisas, arranjar alternativas para os jovens e actividades que lhes permitissem fugir das drogas”, recorda Antero dos Santos.
Director do Notícias do Mar, publicação emblemática dos desportos náuticos, Antero dos Santos cedeu parte das instalações daquele jornal para utilização da recém-nascida FPS.
Foi ali, no segundo piso do número 18 da Avenida Almirante Reis, em Lisboa, que nascia a modesta primeira sede federativa. “Resumia-se a uma extensão telefónica que o Pedro Melo, primeiro secretário da FPS, usava para fazer os contactos necessários”, lembra Antero dos Santos que tentou, em vão, encontrar uma sede mais apropriada.
“Batemos a várias portas, nomeadamente de autarquias e ninguém nos ajudou. É por isso que acho engraçado que hoje em dia todas as Câmaras se querem colocar em bicos dos pés para se associar ao surf. Porque perceberam que movimenta dinheiro”, acusa Antero dos Santos, com uma irreverência pouco condizente com os seus 77 anos.
Assim, quando Adolfo Stuart Ribeiro o contactou para levar a FPS para Viana do Castelo, onde havia uma autarquia disposta a dar apoio, Antero dos Santos não vacilou. Adolfo Stuart tornar-sei-a, assim, o segundo presidente da FPS e o primeiro líder eleito.
Uma necessidade
Outro dos sócios fundadores, Nuno Jonet, explica que a fundação da FPS foi, antes de mais, “uma necessidade” e até algo egoísta, na sua perspectiva: “A Federação Europeia de Surf já me permitia representar Portugal lá fora, ao ponto de ter ganho dois títulos europeus de Masters, e era-me cada vez mais difícil explicar-lhes que nós não tínhamos uma Federação Portuguesa. Assim, acabou por ser uma necessidade formar a FPS. E tenho muito orgulho em ter participado nesse processo há 25 anos”, assume Jonet, que aproveitou para manifestar o seu apoio à actual Direcção: “Neste momento, a FPS tem à sua frente um elenco directivo com ADN de surf e isso é uma
novidade bem-vinda. Tem feito um bom trabalho e pode contar comigo para o continuar.”
O “veterano”
Guilherme Bastos também é parte fundamental da história da FPS. Presidente durante 10 anos e vice-presidente durante outros 3, o natural de Viana do Castelo foi rendido, o ano passado pelo actual presidente da Direcção, João Jardim Aranha. Guilherme Bastos faz um balanço positivo dos 25 anos de história da FPS: “É uma história de crescimento, de inúmeros sucessos desportivos e de consolidação. Desportiva
e económica, sendo a consolidação económica resultado da desportiva. Tenho grande orgulho em ter feito parte da história desta instituição e ajudado a que a Portugal seja visto no estrangeiro como uma potência do surf graças ao trabalho da FPS.”
O futuro
Prestes a cumprir 6 meses à frente da Direcção da FPS, João Aranha está em plena realização dos vários projectos de “profunda reestruturação” da Federação, que passaram, simbolicamente e não só, pela mudança de instalações de Sintra para a praia de Carcavelos, especificamente para o moderno Carcavelos Surf Center. “Temos em andamento um processo de profunda reestruturação da Federação Portuguesa de Surf e que assenta em três vectores, nomeadamente, uma descentralização, com o lançamento dos circuitos regionais e multiplicação de acções de formação de juízes em todo o território nacional; a reactivação da formação de treinadores, ligada a um desenvolvimento equilibrado e sustentável das escolas de surf, bodyboard, SUP e skimboard e, finalmente, a consolidação do quadro competitivo nacional, o alto rendimento e as Selecções Nacionais, com a utilização dos CAR Surf como infraestruturas potenciadoras desse processo.”
Tarefa extraordinariamente exigente que João Aranha espera conseguir realizar após quase um ano de preparação e adaptação a uma nova realidade: “Estamos aqui para trabalhar em prol do surf nacional. E é isso que a FPS tem feito nestes 25 anos e, espero, continuará a fazer sempre."