Ao contrário do que estava previsto, a tempestade Leslie fez um desvio inesperado e não entrou por Lisboa, na passada noite de sábado. O “landfall" (toque em terra) foi registado na Figueira da Foz, onde os ventos atingiram máximos históricos.

Foi naquele concelho da região centro que as rajadas de vento atingiram máximos históricos, com o registo de velocidades na ordem dos 176 km/hora. A fase mais crítica não durou mais do que 15 minutos mas foi o suficiente para causar muitos estragos.

Quase 2000 ocorrências, várias vias cortadas em Leiria e Coimbra, 27 feridos ligeiros, 61 desalojados e 324 400 pessoas ficaram sem luz elétrica (há 200 linhas de alta/média tensão fora de serviço), com a EDP a considerar a situação “muito grave”: era este o balanço na manhã de domingo, horas depois de o Leslie ter entrado em Portugal continental. 

Entre a destruição esteve a sede da ABFM (Associação Bodyboard Foz do Mondego) que sucumbiu à força e intensidade extrema do vento. Jaime Rafael Jesus, Presidente da Direção, fez o relato: 

“Infelizmente, a tempestade Leslie não foi simpática para a sede da nossa Associação, que ficou totalmente destruída após a passagem de ventos acima dos 170 km/h. Felizmente ninguém se magoou, vamos deixar os seguros trabalhar e todos juntos iremos reconstruir a nossa querida escola. Para já a direção decidiu cancelar as aulas até ao final do mês, de forma a termos os contentores de reserva colocados no sitio e com as condições mínimas para reiniciar as aulas. (In)Felizmente todos sabemos o poder da Natureza e acreditamos que estas tragédias nos tornam mais fortes como pessoas. Em 2019, quando fizermos 25 anos de vida, teremos, com certeza, uma nova e melhor escola. Obrigado a todos pelo apoio.” 

Esta foi a maior tempestade a afetar Portugal desde 1842, altura em que um furacão devastou a ilha da Madeira antes de seguir rumo ao sul de Espanha.