Pior verão dos últimos 30 anos é culpa do Anticiclone dos Açores, diz IPMA quarta-feira, 25 julho 2018 13:40

Pior verão dos últimos 30 anos é culpa do Anticiclone dos Açores, diz IPMA

De hoje, dia 24 de julho, a 5 de agosto, as temperaturas vão continuar abaixo da média em relação ao normal para o mesmo período do ano e a culpa é do posicionamento do anticiclone dos Açores.

Como comprovado hoje, a possibilidade de formação de nevoeiro intenso ou nebulosidade baixa junto à faixa costeira ocidental é uma realidade em muitas regiões do território continental português.

Segundo a LUSA e o IMPA (Instituto Português  do Mar e da Atmosfera) , o anticiclone dos Açores, que está deslocado para oeste em relação ao normal para esta época do ano, é o principal responsável pelos muitos dias de temperaturas baixas que têm caracterizado este verão.

Segundo as mesmas fontes, o mês de julho foi até ao dia 18 o que teve o valor médio da temperatura máxima do ar mais baixo dos últimos 30 anos. "Verifica-se que o valor médio da temperatura máxima do ar no período de 01 a 18 de julho apresenta um desvio em relação ao valor normal mensal de -1,6°C[graus Celsius], sendo até 18 de julho o valor mais baixo dos últimos 30 anos".

Comprovando esta situação temos o exemplo do período entre os dias 12, 14 e 15 julho, onde as temperaturas máximas nas regiões do sul foram de menos quatro graus Celsius do que o normal. Já nos primeiros 13 dias de junho, os valores de temperatura máxima tinham sido inferiores ao normal em todo o território. Contudo, seguiu-se um período quente, entre 15 a 25 de junho -- altura em que ocorreu uma onda de calor, na região norte e em alguns locais do centro - e um período normal, entre 26 e 30 de junho. Em junho e na primeira metade de julho, a situação meteorológica em Portugal foi "determinada por um ou mais núcleos anticiclónicos localizados sobre o Atlântico, cuja ação se fazia sentir desde a região dos Açores, para nordeste, até à Escandinávia, enquanto a Península Ibérica esteve sob a influência de depressões, com expressão em altitude, e pela passagem de superfícies frontais de fraca atividade", de acordo com a explicação científica do IPMA.

Segundo explicação de Sandra Correia, meteorologista do IPMA, "o posicionamento do anticiclone dos Açores é determinante para as condições meteorológicas em Portugal. Este anticiclone, cuja posição média se localiza na região do arquipélago dos Açores, move-se em geral para nordeste no verão e mais para sul no inverno."

Relativamente à previsão trimestral, atualizada na segunda-feira, a análise conjunta de vários modelos feita pelo IPMA, a antevisão para o mês de agosto é de "precipitação acima do normal (5 a 10 mm) nas regiões do interior norte e centro e de temperatura abaixo do normal (-0,5 a -0,25 °C) nas regiões do interior sul". Para setembro, um dos modelos matemáticos com base nos quais o IPMA faz as suas previsões, não indica qualquer orientação de sobre se vai chover mais ou menos ou se a temperatura vai subir ou descer, no entanto, outro modelo tem indicação de temperatura abaixo do normal na região sul. A meteorologista Sandra Correia sublinha que "a previsão mensal corresponde a um produto em fase de desenvolvimento e apresenta cenários em termos probabilísticos. A sua utilização deve ser feita com reservas".

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