A vida eterna ao fundo do túnel? quinta-feira, 18 janeiro 2018 10:09

A vida eterna ao fundo do túnel?

Equipa de investigadores portugueses descobre molécula que ajuda a reverter células adultas… 

 

Uma equipa do Instituto de Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, em Lisboa, descobriu uma molécula que ajuda a reverter células adultas – e velhas – em células com a enorme plasticidade das embrionárias. Isto é muito difícil de fazer em células envelhecidas e deixa agora a regeneração de tecidos doentes um pouco mais facilitada.

 

De acordo com o jornal Público, a equipa de investigadores portugueses descobriu que a manipulação de uma determinada molécula de ARN* (ácido ribonucleico) é essencial para levar as células a andar para trás no tempo – passando de adultas, já especializadas e diferenciadas como as da pele, do coração ou do cérebro, para células semelhantes às dos embriões, com a extraordinária capacidade de se tornarem qualquer tecido do corpo.

 

Estaremos perante a possibilidade de uma vida eterna? Ou eternamente jovem?

 

Entramos pois numa máquina do tempo biológica, porque é disso mesmo que se trata, da possibilidade de regressar a um passado distante das células, quando estavam numa fase inicial de desenvolvimento embrionário. 

 

Todas as células do organismo sofrem um processo gradual de envelhecimento que pode contribuir para o aparecimento de várias doenças, mas uma forma de combater as doenças associadas ao envelhecimento poderá ser, precisamente, através da regeneração celular.

 

O grande sonho da medicina regenerativa é usar células adultas, por exemplo da pele, e transformá-las em células parecidas com as estaminais embrionárias, com plasticidade para originar vários tipos de tecido do organismo. E em seguida levar essas células forçadas a assemelharem-se com as estaminais a tornarem-se células (adultas, diferenciadas) dos órgãos doentes do corpo, usando-as para os reparar.

 

A investigação lusa segue na senda da descoberta do japonês Shinya Yamanaka (da Universidade de Quioto), que em 2006 identificou quatro genes que mantinham as células imaturas. Mais tarde, em 2012, a descoberta valeu-lhe o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina. 

 

Procura-se agora aperfeiçoar a técnica de reprogramação celular dos japoneses, pois estes resultados são um avanço importante no sentido de se vir a poder regenerar tecidos doentes em pessoas idosas. 

 

Contudo, é bom que se diga, o caminho a percorrer ainda é longo e estamos longe de ver o uso regular desta células em tratamentos médicos. . 

 

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* Explicação: Contidas na molécula de ADN estão todas as instruções com que se constroem os seres vivos, e que depois são “traduzidas” através de outra molécula, o ARN. Muitos genes, tal como o seu ARN, resultam na formação de proteínas. Noutros casos, esses genes e o seu ARN não são o código de fabrico de proteínas; o que fazem é regular o funcionamento de outros genes.

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