PORTUGAL TERMINA EM SEGUNDO LUGAR E ADIA O SONHO NO MUNDIAL DE SURF
Um último dia agridoce afastou a armada lusa dos lugares das medalhas no mundial da Costa Rica...
À partida para o último dia do 2016 ISA World Surfing Games a ambição da Seleção Nacional era enorme e passava, obviamente, pela obtenção do ouro. Ainda mais sabendo que no dia anterior a liderança no ranking de equipas havia sido reconquistada ao Peru.
No entanto, fruto dos trâmites e dos contratempos normais de uma competição, as coisas acabaram por não correr tão bem à equipa nacional como era de esperar e o sonho de se tornar campeão nacional teve que ser, mais uma vez, adiado.
No feminino, Teresa Bonvalot acabou por falhar os dois primeiros lugares da final do quadro principal, que davam acesso à grande final, que acabaram conquistados por Dominic Barona (1ª), do Equador, e Tia Blanco (2º), dos Estados Unidos.
Isto significou que Teresa acabou por ser remetida para a final do quadro das repescagens, onde teria uma derradeira hipótese de alcançar a grande final, caso conseguisse terminar nos dois primeiros lugares. No entanto, aí, a jovem portuguesa também não se deu bem com a escolha de ondas e acabou por terminar em terceiro lugar, perdendo para as francesas Pauline Ado e Justine Dupont, primeira e segunda classificadas no heat, respetivamente, que assim conquistaram o direito de estarem presentes na grande final.
No masculino a história acabou por ser parecida, com Guilherme Fonseca e Pedro Henrique a não conseguirem o andamento necessário para alcançar os dois primeiros lugares do heat, terminando assim em terceiro e quarto lugar, respetivamente.
À imagem do que sucedeu com Teresa, também ambos seguiram para o quadro de repescagens com vista a participarem na final e assim usufruírem de uma derradeira chance para alcançar a grande final e o direito de lutarem pelas medalhas. Porém, também aqui a escolha de ondas não foi a melhor para a dupla de portugueses, com Pedro Henrique a terminar em terceiro e Guilherme Fonseca em quarto lugar, deixando o argentino Leandro Usuna (1º) e o peruano Lucca Messinas (2º) a caminho da grande final.
Em todo o caso, a comitiva lusa, no seu todo, está de parabéns, pois, mesmo sem colocar qualquer elemento nas finais, realizou uma grande prova, mostrou bom surf (algo muito importante!) e, acima de tudo, deixou claro que conseguimos lutar no mesmo pé de igualdade com as melhores nações de surf do globo.
AS FINAIS
A primeira final a ter lugar foi a feminina e, refira-se, foi deveras equilibrada. No entanto, a norte-americana Tia Blanco conseguiu superar a concorrência e alcançar o ouro com 14.72 pontos. Já a medalha de prata ficou com Dominic Barona, com 14.67 pontos, e o bronze com a francesa Pauline Ado, com 14.46 pontos. No quarto lugar, medalha de cobre, com 12.33 pontos, ficou Justine Dupont (França). Tia conquistou o ouro, neste evento, pelo segundo ano consecutivo.
Nos homens quatro grandes surfistas, todos da América Central e do Sul, chegaram à final e proporcionaram um bom espetáculo nas ondas de Jacó. No entanto, foi o argentino Leandro Usuna, com 14.33 pontos, quem obteve o ouro (a segunda vez nos últimos três anos) frente ao peruano Lucca Messinas, medalha de prata, com 12.57 pontos, ao costa-riquenho Noe Mar McGonagle, medalha de bronze, com 12.37 pontos, e o venezuelano Francisco Bellorin, medalha de cobre, com 9.67 pontos.
PORTUGAL EM SEGUNDO NO RANKING POR EQUIPAS
Nesta que foi a primeira competição mundial depois da confirmação do Surf nas Olimpíadas de Tóquio 2020, organizada pela ISA - International Surfing Association, a seleção portuguesa partiu na frente da geral por equipas para o último dia de competição. No entanto, o facto de não ter conseguido colocar qualquer atleta nas grandes finais, acabou por remeter a equipa para um segundo lugar final, pelo segundo ano consecutivo, deixando a equipa peruana com a medalha de ouro.
Os Estados Unidos conquistaram o terceiro lugar e a medalha de bronze, seguidos de França, em quarto, Costa Rica, em quinto, Argentina, em sexto, Japão, em sétimo, Nova Zelândia, em oitavo, Austrália, em nono, e Equador, em décimo lugar. A África do Sul, por exemplo, que é uma das potências do surf mundial, não conseguiu melhor do que um 11º lugar.
Vale ainda realçar que este foi um evento espetacular, um dos mais excitantes de seguir de sempre, dando uma boa mostra do que será a competição Olímpica daqui a quatro anos. Ainda não foi desta que a Seleção Nacional se tornou campeã mundial de surf, o sonho está adiado até 2017. Em nome da comunidade, o nosso obrigado pelo grande desempenho que em muito nos honrou.
Em declarações à Surftotal, João Aranha, Presidente da Federação Portuguesa de Surf disse:_""foi mais um resultado histórico. Num mundial em que o nível estava altíssimo, a nossa Seleção esteve unida, concentrada e sempre focada no objectivo! A vitória fugiu-nos por muito pouco mas demonstrámos que estamos no caminho certo!"
Obrigado Portugal!