“Mentalmente estou devastado, mas a seu tempo ficarei bem”
Mick Fanning deu a primeira (longa) entrevista depois de acalmarem as emoções.
24 horas depois do incidente que teve um impacto à escala mundial, Mick Fanning , já em Joanesburgo em rota para casa, na Austrália, deu uma entrevista ao site da Red Bull, um dos seus patrocinadores principais. O tricampeão mundial começou por recordar uma tarde “cheia de emoções. Muitos abraços e risos, bem como muitas lágrimas. Muitos dos meus amigos do Tour - competidores e organizadores - foram até minha casa para ter a certeza que eu estava ‘inteiro’”, explicou.
O australiano já viu e reviu as imagens do encontro com o tubarão, mas ainda fica incrédulo com tudo. “É surreal ver como tudo aconteceu. Ainda me questiono se aquilo foi mesmo comigo. Custa-me acreditar como saí ileso de tudo. Mentalmente estou devastado, mas a seu tempo ficarei bem”, garantiu.
Sobre as reações nos minutos imediatos após sair da água, afirmou: “Quando estava no barco a ser entrevistado pelo Pete Mel, ainda estava sob o efeito da adrenalina (…). Ao chegar aquela pequena sala onde estavam alguns dos meus amigos mais próximos do CT, fui abaixo. Éramos uns oito homens crescidos, e todos a chorar. Foi nesse momento que percebi a preocupação que a minha família e amigos sentiam - daí ter pedido para fazer a entrevista para que pudessem ouvir-me e ver que estava bem.”
O momento em que Mick Fanning sentiu o que realmente tinha acontecido.
Questionado sobre se a sua reconhecida força mental vai ajudar a dar a volta rapidamente: “Não sei nesta altura. É uma daquelas coisas que muda a tua perspectiva. Não estou a pensar em eventos e títulos, só penso na família e nos amigos.”
Os ‘memes’ que inundaram a internet não passaram despercebidos. “O pessoal tem-me mostrado algumas imagens. São puro ouro e fartei-me de rir. Obrigado a todos os que perderam tempo a fazê-los.”
A relação de Fanning com J-Bay, manter-se-à? “Adoro aquele sítio. Nada pode mudar isso. A onda não tem igual, as pessoas são de ouro e é provavelmente a minha paragem preferida do tour. Sentia que podia voltar a ganhar e estava entusiasmado por estar a surfar a final com o Julian, foi uma pena… mas ainda bem que ele estava lá. Não penso se vou regressar ou não. Veremos como me sinto. Só sei que não voltarei a surfar a 19 de julho.”
No final, uma palavra para o amigo Julian Wilson e todos os que o apoiaram. “Só quero agradecer ao Julian pela coragem; por remar na minha direção sem pensar na sua própria segurança. Quem estava a anunciar a prova na praia e a WSL Water Patrol foram também incríveis. As mensagens de apoio e amor que tenho recebido de todo o mundo significam muito para mim, por isso… obrigado!”