“A VITÓRIA DO MICK, O ANO PASSADO, INSPIROU-ME”
Os Medinas, pai e filho, abrem o jogo em entrevista à ASP.
Da mesma forma que é notória a união da família Medina, também é claro que o clã se mantém long dos holofotes, quiçá de forma a blindar o jovem Gabriel das pressões exteriores. Desta feita, porém, Charlie e o filho Gabriel decidiram partilhar parte do que lhes vai na alma, em entrevista à ASP.
Pela rivalidade que tem mantido este ano com Kelly Slater, Medina já recebeu algumas comparações com Andy Irons. Mas naturalmente recusa-as. “O Andy foi o tipo que apareceu e conseguia ser melhor contra o Kelly. Não me sinto como ele ou como qualquer outro. Estou a tentar ganhar o meu primeiro título neste momento. Não me posso comparar com o Andy ou o Kelly, ainda não ganhei nada. Mas sinto que estou perto”, comentou Gabriel.
O título mundial ganho por Mick Fanning, no ano passado em Pipeline, inspirou decisivamente Gabriel Medina, e ele explica porquê. “O ano passado fiquei com o Mick no Havai, para o último evento, e assisti a tudo bem de perto. Toda a situação era de muita pressão. Se eu fosse o Mick teria ficado muito nervoso. E ao assistir de perto à forma como ele lidou com tudo e venceu, inspirou-me. Estava tão perto que quase me sentia no seu lugar. Foi muito importante para mim. Acho que é por isso que me sinto tão bem neste momento. Quando pensas demasiado nas coisas só aumenta o nervosismo, por isso estou a tentar deixar as coisas acontecerem e fazer uma boa prova em todas as etapas”.
Charlie Medina não esconde o orgulho no filho, mas faz questão de manter a frieza nas suas palavras, como que a manter Gabriel com os pés bem assentes na terra. “Faltam-me as palavras para descrever o orgulho que sinto. Mas esta nesta altura temos de manter a calma, porque a estrada até aqui foi dura. Pode não parecer, mas foi. E ainda nos faltam alguns passos, por isso não podemos ser demasiado emocionais, por isso temos de pensar com a cabeça e não com o coração”.
Questionado sobre a personalidade do filho, Charlie rematou: “É um excelente filho, um bom amigo e uma pessoa que não gosta de confrontos. Durante a competição consegue ser muito frio e competitivo. Não está na competição para fazer amigos, e sim para competir. É leal e ético, mas quer ganhar”.