MITCH CREWS. “TENHO A CERTEZA QUE A CURA ESTÁ ALI AO VIRAR DA ESQUINA”
Mitch ocupa actualmente o 21º lugar no ranking mundial
“Estou a gostar de estar no tour. O meu objetivo era estar no top 20 nesta altura da época e ainda ocupo o 21º. Tenho aprendido muito e tenho tido o apoio dos surfistas mais antigos. Espero que daqui para a frente consiga ter mais disciplina nas minhas baterias e consiga surfar de forma a mostrar que pertenço aqui”, disse Mitch Crews, numa entrevista à “Surfer”, durante a última etapa, em Jeffreys Bay, África do Sul.
Novo no circuito mundial de surf, o rookie australiano chamou-nos a atenção já no ano passado, na etapa prime do circuito mundial de qualificação nos Açores, após ter chegado às meias-finais. Filho de pai surfista e a surfar desde os 10 anos de idade, Mitch confessou-nos que estava decidido a entrar para a elite.
Vítima aos 19 anos de uma Espondilite Anquilosante, uma doença inflamatória crónica que afeta principalmente as articulações da coluna, que tendem a ser “soldadas” umas às outras, causando uma limitação da mobilidade, o atleta de 24 anos não se deixa intimidar. “A tendência é ficar como o corcunda de Notre Dame, sabes”, ironiza.
“Às vezes fico com as articulações inflamadas e há dias piores que outros e ainda há aqueles em que não sinto nada. Os chineses comparariam ao vento. Vem e volta. Mas a medicação ajuda a controlar a dor e a evitar que a doença progrida. A alimentação que faço, como comer determinado tipo de alimentos naturais, também ajuda a combater a artrite, a par dos exercícios de mobilidade”, explicou Crews.
Uma situação que poderia influenciar a sua carreira, mas o surfista acredita que isso não é um problema, mesmo não estando a 100%. “Ainda cá estou e com a evolução da ciência, tenho a certeza que a cura está ali ao virar da esquina.”
Mitch acabou por ser eliminado por Adrian Buchan, na segunda ronda do evento, mas promete juntar forças para a etapa prime na Califórnia, o Vans Us Open of Surfing, já no dia 26 de Julho. “Se havia um evento que tanto ansiava era J-Bay, mas acabou por ser a minha pior performance […] Processo de reabilitação começa agora para a Califórnia.”
BS
- Créditos fotos: ASP/Cestari