Petição exige medidas de proteção ambiental na Praia do Monte Verde, nos Açores
Petição visa levar a bandeira azul para esta praia.
A Praia do Monte Verde, nos Açores, esteve recentemente interdita a banhos, e não é a primeira vez que acontece. No ano passado, surfistas foram assistidos no hospital com problemas gástricos e de pele depois de surfarem nesta praia. As análises à agua "acusam frequentemente agentes infecciosos (bactérias, fungos)". Este é o panorama que levou à criação de uma petição pública que exige medidas de proteção ambiental nesta praia.
"Apesar de ser imensamente frequentada por banhistas (...) e por surfistas (durante todo o ano: por escolas, clubes e free surfers oriundos de muitas partes da Europa e de todo o mundo), a praia do Monte Verde não fez parte da ‘Lista das águas balneares costeiras para o ano 2024, na Região Autónoma dos Açores", lê-se na petição. O motivo é precisamente a falta de qualidade da água.
A petição argumenta que esta praia, "juntamente com a sua praia 'irmã' de Santa Bárbara, representa uma extraordinária mais-valia ambiental, económica e social para a cidade e o concelho da Ribeira Grande, bem como para o conjunto da Região Autónoma dos Açores, merecendo, como tal, o devido reconhecimento e atenção por parte das autoridades públicas, providenciando e zelando para que a mesma tenha as melhores condições de salubridade e de vigilância ao longo do ano potenciando-se assim todo o capital desta zona balnear tanto no âmbito do lazer, como desportivo, como até paisagístico para o concelho da Ribeira Grande, a sua população e turistas que o visitem, como, aliás é bem exemplo o areal de Santa Bárbara desde a sua recuperação e reconversão tornando-se num dos mais importantes pontos turísticos de toda a ilha de São Miguel".
Na petição reconhecem-se também os planos para "a implementação de uma unidade de execução específica, da qual se espera que lhe mude a face para melhor, antes que se torne definitivamente irrecuperável, inviabilizando o desenvolvimento turístico do local, que representa também oportunidade de negócio e de emprego para muitos micaelenses". Mas, para isso, "a Ribeira Seca, a Ribeira Grande e a Levada da Condessa (que nele desaguam) terão de se ver livres da praga dos efluentes provenientes de fontes diversas (domésticos, de vacarias, etc.).
Mais especificamente, as medidas exigidas são:
1- Eliminar de forma definitiva os efluentes que são lançados nas ribeiras Grande e Seca e na Levada da Condessa;
2- Penalizar severamente todos os prevaricadores, de modo a impedir que
reincidam nas suas CONDUTAS anti-sociais e antiambientais, que muito prejudicam a notoriedade da praia, tanto a nível interno, como externo;
3- Classificar a Levada da Condessa como património municipal;
4- Proceder a uma fiscalização diária de toda a área, bem como fazer análises semanais e credíveis às águas e divulgá-las junto da comunidade ribeira-grandense;
5- Obrigar a instalação de um ‘corredor ripário’ de plantas (indígenas, se possível, mas não forçosamente) nas áreas limítrofes das zonas sensíveis;
6- Em caso extremo, proceder à aquisição e à florestação de zonas sensíveis:
7 - Criar uma comissão multidisciplinar composta por membros da autarquia, governo, associações ambientalistas, associações agrícolas, utilizadores da praia (surfistas), proprietários de restaurantes, guias de turismo para acompanhamento dos trabalhos de concretização das medidas a implementar pelas várias entidades.
A petição foi formulada pessoas de vários contextos profissionais e interesses distintos neste tema, incluindo historiadores, militantes, economistas e surfistas - nomeadamente Pedro Arruda, Ricardo Monteiro Cabral e Pedro Luís Medeiros Sousa.
A petição pode ser lida na íntegra aqui.